Por sugestão da Polícia Federal (PF), o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutiu com o comandante do Comando Sul dos Estados Unidos, tenente-brigadeiro Douglas Fraser, a proposta de criação de uma base "multinacional e multifuncional" que teria sede no Rio de Janeiro. A base formaria, com duas já existentes, em Key West (EUA) e em Lisboa (Portugal), o tripé de monitoramento, controle e combate ao narcotráfico e ao contrabando, principalmente de armas, além de vigilância antiterrorista.
Douglas Fraser passou a terça-feira (30) em Brasília. Após reunião de trabalho e almoço com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, o comandante norte-americano se encontrou com o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa. A corporação brasileira já tem um adido de inteligência trabalhando na base de Key West, na Flórida. O Planalto está para decidir se o adido junto à base de Lisboa será um delegado federal ou um oficial da Marinha.
A base no Rio, assim como as outras duas, não admite operações sob comando de estrangeiros. Os países que aceitam participar dos programas de cooperação de combate ao crime organizado enviam adidos que atuam sempre sob supervisão dos agentes do país soberano sobre a base. A ideia é que com a base da Flórida, que vigia de perto o tráfico no Caribe, e a de Lisboa, que exerce controle sobre o Atlântico Norte, a base brasileira sirva como posto avançado de monitoramento do Atlântico Sul.
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