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O chanceler brasileiro Antonio Patriota fez um balanço positivo da primeira visita oficial à Argentina depois que tomou posse como ministro das Relações Exteriores. Ele destacou que uma das prioridades na relação entre os dois países será a integração no setor de energia. "A ideia é intensificar a cooperação em termos de biocombustíveis e energia nuclear. Também há disposição de trocarmos experiências em áreas de educação e cultura. Já existem mecanismos de cooperação, mas há um sentimento de que se pode fazer mais", detalhou.

Patriota relatou que durante os encontros desta segunda com a presidente Cristina Kirchner, o chanceler Héctor Timerman, e os ministros Julio De Vido (Planejamento), Amado Boudou (Economia), Alícia Kirchner (Desenvolvimento Social) e Arturo Puricelli (Defesa), foram discutidas as áreas que terão ênfase nesta nova fase da relação bilateral. Ele disse que foram debatidos temas relacionados à habitação e o "grande desafio que ambos países têm na área de saneamento, além da integração fronteiriça e da ideia de um programa de promoção comercial conjunta, para aproveitamento do bom momento econômico dos dois".

O ministro disse que foi muito bem recebido na Argentina. Ele ressaltou que a razão da visita, em primeiro lugar, "é celebrar a circunstância histórica de dois países dirigidos por duas mulheres". Em segundo, o encontro teve o objetivo de organizar a agenda da primeira viagem ao exterior de Dilma Rousseff (PT) como presidente. A visita de Dilma à Argentina será no dia 31 de janeiro, onde passa todo o dia e embarca à noite para Montevidéu para um jantar com o presidente uruguaio Jose Mujica.

Turismo

O chanceler brasileiro confirmou que o Brasil também está disposto a abrir o debate sobre o aumento das frequências aéreas entre os dois países. A Argentina tem se mantido reticente sobre o assunto, já que o fluxo de argentinos para o Brasil é muito menor do que na direção contrária. "O fluxo recente de turistas brasileiros na Argentina é muito bem visto. Só no ano passado eles gastaram US$ 1,7 bilhão na Argentina", mencionou Patriota, destacando que o turismo compensa o déficit argentino na balança comercial bilateral. "Esse enorme fluxo pode ser benéfico para as companhias de aviação e voos argentinos", sugeriu, ressaltando que as empresas aéreas do país poderiam usar isso como forma estímulo para o turismo regional.

"Atualmente, são 133 voos semanais e a capacidade está plenamente ocupada. Um aumento da frequência ajuda até mesmo a equilibrar a relação", afirmou Patriota, referindo-se às reclamações argentinas do déficit comercial com o Brasil. "O déficit comercial com o Brasil é no contexto de superávit global de US$ 12 bilhões. O turismo brasileiro ajuda a compensar o déficit, mas também há outros projetos em andamento, como o da unidade de potássio em Neuquém e Mendoza (da Vale), que poderão ajudar na compensação", completou.

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