Em um discurso marcado por elogios ao Brasil, o presidente de Israel, Shimon Peres, afirmou nesta quarta-feira (11) que país é o "líder do futuro" no atual cenário internacional. "O Brasil do presente é o líder do futuro porque trabalha com o bem da justiça e o bem da paz. Fico grato em saber que o país tem uma postura contra o terror. O terror nada resolve. Os que praticam esses atos não têm qualquer futuro", discursou Peres, durante cerimônia no Palácio do Itamaraty.
O presidente israelense elogiou o encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e lembrou a condição de destaque assumida por Lula na comunidade internacional. "Tivemos uma ótima conversa com o presidente Lula. Ele começou como um presidente de um país e hoje é um líder reconhecido no mundo. Para mim, foi um privilégio a oportunidade", afirmou Peres.
Na solenidade, Brasil e Israel assinaram quatro acordos nas áreas de turismo, cinema, extradição e cooperação com outros países. Afirmando que Israel é favorável à criação de um Estado Palestino, Peres argumentou que a devolução das terras e o fim dos assentamentos eram questões que dependiam de garantias de segurança: "O chamado foi terra por paz. Os palestinos sabem que a maioria do Estado de Israel apoia a solução de dois estados. Não queremos governar os palestinos. A única coisa que estamos buscando é a garantia de segurança."
Referindo-se à relação brasileira com a Palestina, Peres disse "entender" os laços de amizade do Brasil e relatou que convidou Lula para visitar Israel: "Convidei o presidente para ir a Israel. Entendo que o Brasil tenha laços de amizade com os palestinos e nós também queríamos ter amizade com eles."
Lembrando o programa federal "Luz Para Todos", o presidente de Israel conclamou Lula a iluminar o Oriente Médio: "O presidente Lula criou o programa chamado Luz Para Todos aqui no Brasil. Senhor presidente, acenda a luz no Oriente Médio."
O presidente Lula acompanhou atentamente as palavras de Peres e respondeu uma pergunta sobre a eventual contradição em receber o presidente israelense nesta quarta e no dia 23 deste mês receber o chefe de estado iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, potencial rival de Israel. "Você não constrói a paz necessária no Oriente Médio se você não conversar com todas as forças políticas e religiosas que querem a paz ou se opõem à paz. Senão você transforma o processo negocial num clube de amigos em que todos estão concordando com uma coisa. E os que discordam ficam de fora e, portanto, a paz não será possível nunca", argumentou.
Lula ainda pregou a ampliação dos diálogos no Oriente Médio e defendeu a posição brasileira de conversar com o Irã: "Precisamos conversar mais. Precisamos encontrar mais interlocutores que queiram ajudar na construção da paz no Oriente Médio. Não temos veto para conversar com quem quer que seja, desde que nessa conversa você tenha uma palavra ou uma vírgula para que se possa construir uma paz duradoura no Oriente Médio."
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