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Os ministros da Defesa de Brasil e Peru acertaram uma aliança estratégica destinada a melhorar a capacidade dissuasiva das Forças Armadas peruanas, em uma declaração conjunta assinada nesta quinta-feira (22) em Lima.

O acordo "tornará possível uma verdadeira cooperação industrial, tecnológica e científica em matéria de defesa", afirmou Celso Amorim, ministro brasileiro do setor.

O ministro peruano da Defesa, Alberto Otárola, destacou que o pacto foi assinado com a perspectiva de "colocar em dia o material de nossas Forças Armadas em um processo do qual o Brasil será um sócio estratégico". Na declaração, os dois países concordaram em "aprofundar os laços de amizade e cooperação bilateral, definindo os setores aeroespacial e naval como áreas de prioridade conjunta de investimentos e desenvolvimento no campo da segurança e da defesa".

A cooperação brasileira incluirá capacitação, treinamento, suporte técnico, logístico e transferência de tecnologia, dentro do propósito de propiciar uma cooperação vantajosa e de longo prazo entre os países.

Amorim chegou a Lima na tarde de quarta-feira (21) e, à noite, foi recebido pelo presidente Ollanta Humala no palácio do governo.

Depois de assinar a declaração conjunta nesta quinta-feira, o ministro visitante disse que o documento se baseia em um acordo entre os setores de defesa de 2004 e que a partir de agora "se abrem novas perspectivas de cooperação que permitirão a assinatura de acordos complementares".

Ambos os ministros negaram que a cooperação brasileira com o Peru estivesse relacionada à melhorar a capacidade dissuasiva peruana, inferior em comparação a de seu vizinho Chile, país a que se atribui uma corrida armamentista.

O acordo constitui uma medida de "dissuasão contra eventuais ameaças externas", disse Amorim.

"Não há uma ameaça concreta, mas a América Latina é uma das regiões mais ricas do mundo em recursos naturais e isso é objeto de interesse. Temos que pensar em uma dissuasão não de um país contra o outro, mas sim de fora da região", afirmou.

Otárola argumentou que "essa aliança estratégica não tem relação alguma com nenhum país da região", e sim com enfrentar as novas ameaças "que são de fora do continente, e também o narcotráfico".

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