O ministro da Defesa, Celso Amorim, confirmou ontem que o governo federal escolheu o caça sueco Gripen para reequipar a Força Aérea Brasileira (FAB). O país irá comprar, por US$ 4,5 bilhões, 36 aeronaves de combate produzidos pela empresa Saab, que irá transferir a tecnologia para a FAB. O pagamento e a entrega dos caças serão feitos paulatinamente até 2023. A concorrência internacional para reequipar a FAB havia sido lançada em 2001.
INFOGRÁFICO: Conheça o caça sueco
O Gripen desbancou os caças Rafale, da francesa Dassault, e as aeronaves Super Hornet F-18, da norte-americana Boeing. Na Força Aérea, o modelo sueco sempre foi considerado favorito porque, apesar de ter muitos componentes dos EUA, será desenvolvido em parceria com o Brasil.
O F-18 tecnicamente era considerado uma boa opção. Mas os EUA resistiam a transferir tecnologia. Além disso, a insatisfação brasileira com a espionagem norte-americana sobre a presidente Dilma Rousseff e sobre a Petrobras praticamente enterrou a possibilidade de o caça dos EUA ser escolhido.
Já as aeronaves francesas eram consideradas muito caras. O ex-presidente Lula chegou inclusive a anunciar, em 2009, a escolha dos Rafale. Mas voltou atrás. A França atuou intensamente para retomar a dianteira na concorrência e chegou a estabelecer parceria com o Brasil para vender equipamentos para a Marinha, numa tentativa de pavimentar o terreno para a escolha do modelo francês. No entanto, o Planalto e as Forças Armadas estariam insatisfeitos com os resultados do negócio o que acabou atrapalhando o Rafale na disputa.
Só em 2019
O Brasil ainda levará de 10 a 12 meses em negociações com os suecos para estabelecer termos mais detalhados da compra dos Gripen. O objetivo é criar condições para que ao menos parte dos equipamentos seja produzida nacionalmente.
O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Juniti Saito, disse que os primeiros caças Gripen que serão desenvolvidos pela Saab em parceria com a Embraer, de São José dos Campos (SP), devem estar voando em até 48 meses após a assinatura do contrato ou seja, apenas em 2019. "No primeiro lote de entrega, podem chegar seis aviões e, a partir daí, será rápido, com até 12 aeronaves por ano", afirmou Saito.
Apesar disso, a Aeronáutica comemora a decisão. As novas aeronaves irão substituir os caças franceses Mirage, que estão defasados e se "aposentam" no dia 31 de dezembro. Nesse período, a defesa aérea brasileira será feita por outros tipos de aeronaves militares "modernizadas", como os Supertucanos da Embraer.
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