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Os candidatos precisam ter um plano nacional para combater a violência gerada por grupos criminosos e policiais, disse na terça-feira o grupo de direitos humanos Anistia Internacional. Em uma carta assinada pela secretária-geral, Irene Khan, a entidade afirma que os políticos fracassaram em cumprir suas promessas para resolver o problema, uma vez que a violência continuou crescendo nos centros urbanos.

A carta foi enviada a todos os candidatos a presidente e a governador que vão disputar as eleições de 1º de outubro, junto com um DVD com depoimentos de crianças e de um policial militar.

A segurança tornou-se um dos principais temas das campanhas eleitorais, principalmente após as ondas de violência deflagradas pelo crime organizado em São Paulo desde maio, que levaram a uma forte reação da polícia e deixaram cerca de 200 mortos.

Segundo a Anistia Internacional, os brasileiros cresceram acostumados a viver com medo, tanto nos bairros mais ricos como em favelas. Enquanto a polícia e seguranças particulares protegem os ricos, os pobres sao tratados como criminosos e envolvidos em um ciclo de violência, afirmou a entidade.

"A política de contenção da violência aplicada dentro das favelas brasileiras não é apenas flagrantemente injusta, como também é evidente que não está funcionando", disse a Anistia Internacional na carta.

A pobreza, a discriminação e a negligência das autoridades transformaram as favelas em zonas sem lei, controladas por criminosos, segundo a entidade. Os policiais, mal remunerados, mal treinados e mal equipados, acabam virando tanto causadores como vítimas da violência, disse a Anistia Internacional na carta.

"A corrupção na polícia e na política cria um ambiente sem lei onde o crime organizado floresce", afirmou a Anistia.

Além dos casos recentes em São Paulo, a carta citou o assassinato a tiros de 29 pessoas na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, em 2005, por policiais fora de serviço, no pior massacre já registrado na cidade.

No sábado, na favela Cidade de Deus, no Rio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ouviu reclamações dos moradores sobre a brutalidade dos policiais contra eles.

A Anistia Internacional afirmou ainda que serviços básicos como educação, habitação e saneamento nas comunidades pobres ajudariam os governantes a começar a recuperar estas áreas. Os policiais deveriam receber treinamento adequado, incluindo sobre direitos humanos e uso legítimo da força.

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