O governo brasileiro iniciou uma campanha a favor da criação de um "padrão Mercosul" de TV digital, em meio à expectativa em relação à escolha por parte do Brasil entre os padrões europeu, americano e japonês.
A encarregada de tentar aproximar posições entre os países do bloco foi a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que na quinta-feira se reuniu com o ministro do Planejamento argentino, Julio De Vido, em Buenos Aires, e logo depois partiu para um encontro com autoridades uruguaias, em Montevidéu. Paralelamente, o governo brasileiro enviou uma missão ao Paraguai.
- Ter um padrão do Mercosul é o objetivo do Brasil, ter um modelo único no Mercosul - assegurou a ministra brasileira, após a conversa com De Vido, o ministro mais poderoso do gabinete do presidente Néstor Kirchner.
Dilma disse que representantes do governo brasileiro conversarão com todos os países da América Latina sobre o processo de transição do sistema analógico para o digital.
A ministra reiterou que a decisão sobre o padrão que será adotado pelo Brasil ainda não foi tomada pelo presidente Lula e evitou falar em prazos. Dilma reafirmou também que o governo pretende "adotar um sistema brasileiro de TV digital, reconhecendo a capacidade que os outros três sistemas tiveram". A idéia é incluir adaptações tecnológicas desenvolvidas no Brasil.
Perguntada sobre os rumores que indicam que o governo Lula optará pelo padrão japonês, a ministra foi cautelosa, mas admitiu que "no sistema japonês talvez tenhamos mais oportunidades".
- Conversamos com todos os padrões, com o americano, o europeu, e tivemos um conjunto de ações de aprofundamento com o padrão japonês. Vamos receber uma missão técnica japonesa na próxima semana - declarou ela.Dilma: padrão brasileiro foi apresentado à Argentina
No próximo dia 29 chegarão ao Brasil os ministros japoneses da Economia, Negócios e Indústria, Toshihiro Nikai, e do Interior e Comunicação, Heizo Takenaka. Segundo Dilma, o governo Lula busca "conseguir aquele (padrão) que mais atenda nossos interesses. São três critérios: inclusão, ou seja, que todos tenham o sinal; tecnologia, que nós tenhamos a maior capacidade de incorporação de tecnologia, e industrial, que o Brasil recupere sua capacidade de produção industrial, gerando mais emprego e renda".
- Como no Brasil 90% da população recebem sinal aberto e deste total cerca de 48% recebem TV com antena interna, nossa preocupação é com a recepção. No caso da imagem digital, ou você recebe (a imagem) ou não recebe, não tem o intermediário do chuvisco ou do fantasma - argumentou.
A parceria com os demais países do Mercosul foi considerada fundamental por Dilma. No entanto, a ministra fez questão de deixar claro que a cooperação entre os países do bloco em matéria de comunicações não estará condicionada à adoção do mesmo padrão de TV digital:
- A cooperação será menor, mas não podemos usar isso como cavalo de batalha.
Dilma disse que o Brasil está buscando estruturar o padrão brasileiro e oferecer à Argentina o conhecimento dele.
- Não temos a pretensão de impor o modelo brasileiro. Podemos construir um padrão do Mercosul.
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