Em visita a Curitiba neste sábado (20) para um evento do partido Rede Sustentabilidade, a ex-candidata a presidência da República Marina Silva disse que o brasileiro está “comprando gato por lebre” em relação ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A ex-senadora criticou a forma como a crise está sendo combatida pelo governo e defendeu o afastamento do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) por envolvimento no escândalo de corrupção da Petrobras.
“Quando eu digo que o Brasil está comprando gato por lebre é porque o PMDB e o PT, que geraram essa crise, estão igualmente implicados”, disse Marina. “O PT e o seu líder [o senador Delcídio do Amaral], que foi preso, acabou de sair, mas com uma série de restrições, o seu tesoureiro [João Vaccari Neto] preso [pela Lava Jato]. O PMDB tem o Renan Calheiros implicado, o Cunha deveria ser afastado em função do que foi comprovado pela Justiça”, completou a ex-senadora.
Marina criticou o despacho do presidente da Câmara ao aceitar a abertura do processo de impeachment na Casa. “No meu entendimento, o deputado Cunha e seu partido são igualmente implicados, por isso foi feito aquele despacho chamando as comprovadas ações de corrupção na Petrobras de ilações sobre suposta corrupção na Petrobras e por isso ele estaria subtraindo do processo”, criticou. “Não são supostas denúncias, está comprovado pela Justiça, pela polícia e pelo Ministério Público que o PT e o PMDB são igualmente implicados e ambos são face da mesma moeda na crise que o Brasil está vivendo”, completou a ex-senadora.
Crise
Marina também falou sobre a crise econômica que o país enfrenta e diz que não vê uma saída a curto prazo. “O Brasil está dividido, é uma crise sem precedentes. Eu dizia antes que a gente estava no fundo do poço, mas acho que a gente está é em um poço sem fundo na política, na economia, em tudo”, disse a ex-senadora.
“É preciso um esforço de unir o país em torno do que interessa. Não é só ajuste fiscal, é ajuste país. É preciso ajustar o Brasil”, disse. “Não dá para pensar em sacrifício que nem barata tonta correndo para todo lado. A sociedade não quer só o ajuste fiscal. Se der uma perspectiva as pessoas entendem até porque têm que fazer sacrifício, agora sem isso fica muito difícil”, criticou Marina.
Rede
Marina veio a Curitiba para participar do Encontro Estadual da Rede, partido reconhecido há cinco meses pelo Tribunal Superior Eleitoral. E ex-senadora também esteve presente na Lapa nesta quarta-feira (17), e em Ponta Grossa nesta sexta-feira (19), para fundar os Coletivos (diretórios) Municipais da sigla.
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