A ruptura entre o PT e o PMDB no Paraná esquentou ainda mais o jogo de formação de alianças para a disputa pelo governo do estado neste ano. De um lado, a saída do PT do governo de Roberto Requião reforçou a aproximação entre o partido e o PDT, do senador e pré-candidato Osmar Dias. Do outro, na avaliação de alguns deputados peemedebistas, a situação beneficiou uma aliança do PMDB com os tucanos, que na semana passada lançaram o prefeito Beto Richa ao governo do estado. "É um tiro no pé. Eles (PT) estão jogando o PMDB no colo do PSDB", afirmou o deputado Dobrandino da Silva (PMDB).

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O presidente do PSDB no Paraná, deputado Valdir Rossoni, não confirmou a aproximação, apenas declarou que o partido está aberto às negociações com todas as legendas. "Menos com o PT", afirmou.

Oficialmente o PMDB deve lançar o atual vice-governador Orlando Pessuti para a sucessão de Requião. Algumas alas do partido, no entanto, defendem uma aproximação com a candidatura de Richa.

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Na avaliação do líder do governo na Assembleia, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), "todo esse cenário surge em decorrência da escolha do presidente Lula, que optou pelo senador Osmar Dias como seu candidato no estado", disse. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defenderia o apoio do PT à candidatura de Osmar para construir um palanque forte para a ministra Dilma Rousseff no Paraná.

Imatura

Romanelli criticou ontem a a decisão do PT de abandonar os cargos no governo estadual depois da troca de farpas entre o governador Roberto Requião e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (PT). Ele classificou a decisão do PT como "imatura".

"A decisão constrange a bancada do PT e os militantes do partido que apoiam as políticas sociais do governador. Deixem os dois se resolverem pelo twitter ", disse o parlamentar, numa referência ao microblog utilizado por Requião para fazer acusações contra o ministro.

Requião tem atacado Bernardo desde que o ministro afirmou, em reportagem publicada pela Gazeta do Povo, que havia pouco interesse do governo estadual em receber obras do PAC. Depois, Requião acusou Bernardo de ter pedido a aprovação dele a uma proposta acima do valor para a América Latina Logística (ALL) construir um ramal ferroviário entre os municípios de Ipiranga e Guarapuava. O ministro reagiu, afirmando que iria acionar o governador juridicamente.

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