Ante o risco de uma derrota no voto, os principais partidos da base aliada do governo PT e PMDB manobraram e conseguiram adiar a votação para a presidência do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Como o presidente da comissão, José Carlos Araújo (PSD-BA), se recusava a adiar a sessão, coube ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), dar um ponto final ao abrir a ordem do dia do plenário e determinar, em consequência, a suspensão dos trabalhos em todas as comissões. A votação ficou adiada para a próxima terça-feira. Favorito, o deputado Marcos Rogério (PDT-RO) viu a vitória escapar das mãos nas últimas semanas com o crescimento da candidatura avulsa do deputado Ricardo Izar Júnior (PSD-SP, foto). A situação do pedetista se complicou ainda mais com a denúncia de que ele repassou verba parlamentar para uma empresa de Rondônia ligada a dois funcionários do seu gabinete.
Aliás...
Antes do início da sessão, Rogério teve de dar explicações ao líder e outros dirigentes do PDT. Ele negou que tenha havido irregularidade na contratação da produtora de Márcio Bortolotti, irmão de Marcos e Rosolene Bortolotti, lotados em seu gabinete. O líder do PDT, André Figueiredo (CE), informou que o partido se deu por satisfeito com as explicações de Rogério e mantém sua candidatura.
Ameaças
A disputa pelo comando do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados fechou o tempo ontem na Casa. Indignado com a quebra do acordo de líderes em torno do candidato governista, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (SP), ameaçou retaliações ao PSD. "Haverá consequência em cascata, com quebras de acordo em série", avisou Cunha. Os partidários de Izar reagiram e o clima esquentou ainda mais. "Isso não é ético, é pressão indevida", protestou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que se juntou aos rebelados.
Denúncia
O Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul apresentou denúncia à Justiça contra doze pessoas acusadas de desviar R$ 14 milhões em recursos públicos do Dnit entre 2001 e 2006. Entre os denunciados está Marcelo Miranda (PMDB), ex-governador do estado e ex-superintendente regional do Dnit. Os recursos foram desviados de obras em duas estradas federais, a BR-163 e BR-267. Uma das irregularidades encontradas foi a aplicação de asfalto em camadas menores do que previa o contrato.
Ainda é cedo
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que o fato dele ter lançado na noite de segunda-feira o nome do senador Aécio Neves (PSDB-MG) para a presidência do partido não significa que defenda também o nome do senador para disputar a Presidência da República. Ele afirmou que ainda é cedo para definir a candidatura e que isso vai ficar para 2014. "Agora é hora de estruturar o partido, de percorrer o Brasil e de ouvir o povo brasileiro. Não tem sentido escolher o candidato a dois anos da eleição. O momento de escolher candidato é no final do ano."
Apaziguador
O governador de São Paulo, no entanto, vem se empenhando para unificar o PSDB no estado. Alckmin tenta apaziguar Aécio Neves e os paulistas, sobretudo o ex-governador José Serra, insatisfeito com o fato de o senador mineiro desejar ser o novo presidente nacional do PSDB, ao mesmo tempo em que não abre espaço na Executiva para paulistas. Alckmin endossa o nome do ex-governador Alberto Goldmann, muito ligado a Serra, para ocupar a vice-presidência da legenda.
Pinga-fogo
"Que a festa da Copa não se transforme na festa do superfaturamento de obras, em razão da flexibilização da lei."
Alvaro Dias (PSDB-PR, foto 2), senador, sobre a aprovação, pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, do projeto que expande limites e condições especiais para finalização de obras prometidas para a Copa do Mundo que perderam prazo de conclusão.
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