Gustavo Fruet alega não ter interesse de mudar de lado por enquanto| Foto: Rodolfo Stuckert/Ag. Câmara

Mensalão do DEM

Tucano aparece na lista de suspostos beneficiados

O ex-deputado Gustavo Fruet teria sido apontado pelo delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa, como um dos beneficiários do esquema de pagamento de propina montado pelo ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda. De acordo com reportagem do jornal O Globo, em depoimento à Polícia Federal, Barbosa afirmou que Arruda pediu a ele que levantasse recursos para campanha de aliados que disputariam a eleição de 2008. Entre os beneficiários apontados por Barbosa, estaria o ex-deputado tucano.

Fruet nega a acusação e lembra que não foi candidato na disputa de 2008. Ele afirma que sabia da denúncia desde julho do ano passado, quando foi procurado pela reportagem do jornal O Globo. "[Na época] abri mão de todos os meus sigilos para que isso fosse investigado. Também entrei com uma representação por denúncia caluniosa [contra Durval]", afirmou Fruet.

O tucano ainda observa que pediu o indiciamento de Durval Barbosa quando participou da CPI dos Grampos na Câmara dos Deputados, em 2009. Barbosa teria sido um dos responsáveis pelo grampo telefônico na casa da procuradora-geral do Ministério Público de Contas do Distrito Federal, Claúdia Fernanda Pereira.

"Toda vez que estou em uma CPI, acaba surgindo uma denúncia contra mim", diz Fruet. O ex-deputado, porém, evita falar em uma retaliação. (CO)

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Em uma disputa por espaço dentro do seu próprio partido, o ex-deputado Gustavo Fruet (PSDB) tem sido assediado por outras legendas. Fruet confirma que já foi procurado pelo PDT, do ex-senador Osmar Dias. Ele também conta que conversou com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que o convidou para integrar o PSD, sigla lançada na última semana. Nenhum dos dois convites foi aceito, mas o ex-deputado não chegou a fechar as portas.

De acordo com Fruet, nas conversar ele disse que não tem interesse em mudar de partido neste momento. Por enquanto, o tucano ainda tenta viabilizar dentro do próprio PSDB a sua candidatura à prefeitura de Curitiba na eleição do ano que vem. O ex-deputado disputa com o prefeito Luciano Ducci (PSB) o apoio tucano para ser candidato em 2012.

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Os convites fortalecem o nome de Fruet, mas ele nega que esteja usando esta situação como um trunfo. "Não estou fazendo disso um instrumento de pressão", pondera o ex-parlamentar, que na semana que passou conquistou uma vitória dentro do partido. Conseguiu que a direção estadual suspendesse a convenção do diretório da capital, considerado pró-Ducci.

A medida, no entanto, não significa que o PSDB já estaria convencido em lançar candidato próprio no ano que vem. Vice-prefeito durante os dois mandatos do hoje governador Beto Richa na prefeitura de Curitiba, Ducci contaria com o apoio da maior parte do tucanato municipal. Além disso, o prefeito mantém laços políticos estreitos com Richa. Sinal disso é o fato do filho do governador, Marcello Richa, ocupar a Secretaria Municipal de Esportes.

Nos bastidores corre que a decisão do adiamento da eleição seria uma forma de acalmar Fruet, que exige uma decisão da legenda sobre a eleição do ano que vem. Com isso, os tucanos evitariam a saída do ex-deputado do partido até o fim de setembro – prazo máximo de filiação para que se possa concorrer na eleição do próximo ano – e uma possível candidatura de Fruet por outra legenda, como o PDT.

De acordo com o novo secretário-geral do PDT no Paraná, Paulo MacDonald, caso Fruet aceite o convite da legenda, ele seria candidato à prefeitura de Curitiba. "Não teríamos candidato melhor", afirma o prefeito de Foz do Iguaçu. De acordo com ele, não existe constrangimento no PDT com o fato de Fruet ser tucano – partido de oposição ao governo Dilma Rousseff, apoiado pelos pedetistas e de Osmar Dias, adversário de Richa na ultima eleição. O próprio Fruet garante ter uma boa relação com Osmar.

Visita

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O nome de Osmar Dias foi confirmado na presidência do PDT estadual ontem, durante a visita do ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), a Curitiba. O ministro esteve na cidade para um encontro com representantes das centrais sindicais. A reunião faria parte da ofensiva de Lupi para tentar evitar um racha definitivo no partido, que ficou abalado após a votação do reajuste do salário mínimo neste ano. Mesmo fazendo parte do governo federal, integrantes da legenda, como o deputado Paulinho da Força (SP), trabalharam por um reajuste superior para o piso nacional neste ano.

Interatividade

Se mudar de partido, Gustavo Fruet perderia eleitorado?

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