O novo ministro do Trabalho, Brizola Neto (PDT), afirmou ontem que ainda existem divergências internas no seu partido após ser escolhido pela presidente Dilma Rousseff para comandar a pasta.
Integrantes do partido ligados ao ex-ministro Carlos Lupi eram contrários à indicação de Brizola Neto, que teve o apoio das centrais sindicais e do deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).
"Ainda existem pequenas diferenças nesse processo todo, que ainda precisam ser equacionadas. Mas a verdade é que o partido [...] está convencido do seu papel e do seu posicionamento no campo político nacional", afirmou Brizola Neto, que tomou posse ontem.
O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, reconheceu a divisão no partido em relação ao nome de Brizola Neto, mas reforçou que ele conta com o apoio das centrais sindicais.
"O nome do Brizola foi muito aceito pelo movimento sindical [...] portanto ele vai ser o ministro que vai comandar o trabalho com tranquilidade porque tem apoio dos trabalhadores", afirmou. Além de Brizola Neto, os nomes do deputado Vieira Cunha e do secretário-geral da legenda, Manoel Dias, também foram ventilados para assumir o cargo.
Afago
Em um discurso mais breve que o costume (catorze minutos), Dilma agradeceu os serviços prestados pelo interino na pasta, Paulo Roberto Pinto, e até afagou Lupi varrido da Esplanada dos Ministérios após a Comissão de Ética da Presidência da República recomendar a sua exoneração.
"Agradeço ainda a contribuição do ministro Carlos Roberto Lupi na condução do Ministério do Trabalho, e o seu inequívoco compromisso em defesa dos interesses dos trabalhadores. Lupi, muito obrigada", disse Dilma, logo mudando o foco do discurso para a conjuntura econômica.
A presidente aproveitou a cerimônia para exaltar João Goulart e Leonel Brizola, respectivamente tio-avô e avô do novo ministro, o mais jovem da Esplanada Brizola Neto tem 33 anos.