O empresário Sebastião Augusto Buani, dono do restaurante Fiorella, conseguiu, nesta terça-feira, as cópias dos oito cheques pedidas ao Bradesco, segundo sua esposa, Diana Buani, que não informou se entre as cópias há nome de algum funcionário ligado ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti. O empresário teria recebido os cheques no fim da tarde desta terça-feira e desde então não atende mais as ligações dos jornalistas, nem mesmo do advogado Sebastião Coelho. Diana também tentou entrar em contato com o marido várias vezes, mas só conseguiu uma vez. O advogado chegou a pedir ajuda da Polícia Federal para localizar e proteger o empresário.

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- Eu estou preocupada. Falei rapidamente com ele, que cortou a conversa e não disse onde estava. Ele nunca fez isso - disse Diana.

Um funcionário do Bradesco confirmou a entrega das cópias dos cheques, mas não informou se eles confirmam as denúncias do empresário.

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Buani prometera apresentar, nesta terça-feira, a cópia do cheque de R$ 7.500 que teria sido usado para pagar de uma parcela da suposta mesada a Severino, para renovar o contrato do restaurante. Buani disse que fez o pedido de cópia do cheque ao Bradesco às 16h de segunda-feira e o banco estabeleceu um prazo de 24 horas para atender o pedido. Como não sabe o número do cheque, o empresário pediu cópias de oito cheques de valores abaixo de R$ 10 mil descontados em sua conta em 2003.

Buani disse que ficou mais confiante de que a cópia do cheque vai comprovar o pagamento a Severino depois do depoimento da gerente da agência do Bradesco na Quadra 511 Sul, Jane Albuquerque, à Polícia Federal na segunda-feira. Jane disse que não se lembrava de detalhes da operação, mas afirmou que o banco adotou o procedimento padrão para descontar os cheques de Buani.

- Depois do depoimento da gerente do banco eu tenho certeza que o banco vai aparecer endossado por alguém do Severino - disse.

Já seu advogado não mostrou muita convicção de que o cheque vá aparecer e chegou a dizer que vai pedir a Deus para que isso aconteça.

- Vamos orar a Deus para que apareça - disse, nesta terça-feira, Sebastião Coelho.

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Buani entregou segunda-feira à Polícia Federal um extrato que mostrava o desconto de um cheque de R$ 40 mil que teria dado a Severino e prometeu que hoje entregaria um cheque R$ 7.500 que comprovaria a culpa de Severino, o que seria "o golpe final" contra o presidente da Câmara, nas palavras do próprio empresário.

Ele passou a manhã inteira à espera de uma ligação da gerência do banco informando sobre o cheque e na incerteza sobre o fechamento ou não do restaurante no 10º andar do Anexo IV da Câmara. Não só ele, mas também os garçons estão apreensivos com a possibilidade de fechamento do estabelecimento.

- Nós não temos nada a ver com essa briga entre o Severino e o Buani. São 54 chefes de famílias que não podem ficar sem emprego - disse um dos garçons.

O restaurante chegou a ser fechado esta manhã, pela direção da Câmara, que alegou falta de pagamento de uma dívida acumulada em R$ 130 mil. Horas depois, no entanto, o diretor de Departamento de Material e Patrimônio da Câmara, Mauro Limeira Mena Barreto, resolveu mandar reabrir o restaurante. Ele voltou atrás na decisão após o advogado de Buani denunciar publicamente que a interdição do estabelecimento nesta terça-feira seria ilegal. Coelho disse que a diretoria da Câmara só pode decidir sobre o fechamento do restaurante depois de apreciar um recurso apresentado pelo empresário.

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