Brasília (AE) O senador Cristóvam Buarque (PT-DF) adiou para amanhã o discurso em plenário em que falará sobre o futuro político. Buarque tem sido procurado por vários parlamentares petistas para que reveja a decisão de se desfiliar do partido, por causa do envolvimento de integrantes da legenda no escândalo dos Correios. Ontem, ele não quis adiantar se mantém a decisão de se desligar da legenda, anunciada no sábado, antes de se reunir com a bancada do Senado. De iniciativa do vice-líder da sigla na Casa Sibá Machado (PT-AC) e do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), a reunião acontece hoje.
"Seria indelicado eu ir para a reunião dizendo que já tomei a decisão", alegou Buarque. Sibá Machado afirmou acreditar que ele "repensará" a idéia depois de conversar com os colegas, com o presidente nacional da agremiação, Tarso Genro, e, provavelmente, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O que não pode acontecer é perdermos um colega do naipe de Cristóvam sem termos nos esforçado para que ele fique no partido", afirmou o vice-líder do PT no Senado.
O relacionamento de Buarque com o governo tem sido difícil desde janeiro de 2004, quando foi informado por telefone que seria demitido do cargo de ministro da Educação.
Desde então, por causa de pronunciamentos em que deixava claro o descontentamento com a linha de ação da administração federal, passou a ser visto como um aliado "pouco confiável".
O senador do PT do Distrito Federal é pressionado de várias maneiras por petistas da região.
Além do envio de e-mails, eles têm insistido com telefonemas. Argumentam que o partido, dificilmente, se recuperará da saída de Buarque.
Dizem mais: que tinham como certo a escolha do nome do senador do PT para disputar o governo do Distrito Federal em 2004. Assessores do senador asseguram que a decisão dele de sair da legenda é irreversível.
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