Ratinho Jr. tem pai como principal cabo eleitoral
O deputado federal Ratinho Júnior deixou o PPS no início deste ano e ingressou no PSC com a promessa de ser, pela nova legenda, o candidato a prefeito de Curitiba. No antigo partido, ele não tinha vez. Com a mudança, ganhou ainda de presente a presidência da legenda no estado. Mas a sigla nova e o comando partidário não são os fatores que darão votos ao parlamentar. O grande cabo eleitoral dele é o pai, o apresentador de televisão Carlos Massa, o Ratinho. Em recente pesquisa, o papai Ratinho apareceu entre as dez personalidades que mais influenciam positivamente a população brasileira.
Dos pré-candidatos à prefeitura de Curitiba em 2008, o presidente estadual do PPS, Rubens Bueno, é o que tem mais experiência em disputas eleitorais majoritárias. Ele concorreu ao cargo em 2004 e, em 2002 e 2006, tentou o pleito para o governo do estado. Para o ano que vem, o pepessista colocará seu nome mais uma vez à disposição do partido.
Quando disputou a prefeitura de Curitiba pela primeira vez, Bueno ficou em terceiro lugar, com 188,3 mil votos. Na eleição para governador do ano passado, também ficou na terceira posição, conseguindo 163,4 mil votos na capital. "Depois dessas eleições, me sinto com mais experiência. Estamos vivendo um momento em relação ao qual Curitiba necessita da presença da mão firme na gestão pública. Há muito dinheiro desperdiçado na gestão pública."
Bueno defende a implementação de uma nova forma de gestão pública, eliminando cargos de confiança e criando uma carreira dentro do poder público municipal, com base em funcionários concursados. Nas vezes anteriores, para definir essa linha de conduta e impor o mesmo discurso, o candidato do PPS dizia que era necessário um "choque de gestão".
"Toda hora se criam cargos comissionados para a família e para membros do partido. É o problema da gestão pública brasileira, que fica dando poder para a cupinchada. Um novo modelo de gestão passa pela eliminação dos cargos de confiança." Bueno defende também que o planejamento de Curitiba seja feito pensando na integração político administrativa com a região metropolitana, com o objetivo de resolver problemas comuns a essas áreas.
Para desenvolver um novo modelo de gestão, Bueno aposta na consulta à população por meio do projeto "Fala Curitiba", que será realizado no próximo ano e deverá indicar as prioridades de ação para a administração pública. "O Fala Curitiba é o grande projeto do PPS, que vai construir um plano de governo ouvindo a população nos bairros, o mundo acadêmico e a sociedade organizada", afirma. Na última eleição para governador, o PPS adotou o "Fala Paraná", nos mesmo moldes propostos agora, só que ouvindo comunidades de várias cidades do estado.
O presidente do PPS diz, contudo, que vislumbra alguns itens importantes para a proposta, principalmente no que diz respeito à infra-estrutura. "Os serviços de Curitiba possuem uma situação precária em áreas como saúde, transporte e meio ambiente." A partir das propostas coletadas pelo "Fala Curitiba", segundo Rubens Bueno, o partido vai estabelecer uma grande proposta de cidadania. "É a governança solidária, em que as pessoas têm prioridade absoluta e são o objetivo final da gestão pública."
Rubens Bueno, no entanto, poderá enfrentar alguns problemas em uma possível disputa ao cargo máximo do Executivo municipal. A maior delas poderá ser pelo fato de não ser mais novidade para os eleitores, uma vez que já tentou o pleito outras vezes. Há o risco de um desgaste na imagem. Tanto é que, em 2004, adotou o slogan "Voto Limpo", abandonado no ano passado e não mais repetido em seus discursos.
Por outro lado, o presidente do PPS tem a seu favor a luta contra o nepotismo. Foi ele, em março de 2006, quem protocolou no Ministério Público Estadual (MP) um pedido de exonerações dos parentes dos administradores públicos. O principal alvo, na ocasião, era o governador Roberto Requião (PMDB), que emprega familiares no governo, entre eles dois irmãos, a esposa e sobrinhos.
No pleito do ano que vem, essa artilharia volta-se contra o prefeito Beto Richa (PSDB). O tucano emprega na prefeitura a esposa, Fernanda Richa (na Fundação de Ação Social), e o irmão, José Richa Filho (secretário municipal de Administração).
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Amanhã, leia a última reportagem da série sobre os pré-candidatos à prefeitura de Curitiba.
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