O pecuarista José Carlos Bumlai cumpriu a promessa e está seguindo orientação de seus advogados para não responder às perguntas feitas por membros da CPI do BNDES da Câmara durante sessão nesta t erça-feira (1.º). O silêncio do empresário já provocou reação de alguns integrantes do colegiado.
Até o momento, Bumlai já foi questionado sobre o número de empresas das quais é dono, se conhece o lobista Fernando Baiano, sobre sua relação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o empresário Eike Batista. “Seguindo a orientação dos meus advogados, vou me manter calado”, repete o pecuarista a cada questionamento.
A única fala do empresário aconteceu no início da sessão, quando ele pediu “compreensão” dos membros da CPI. Visivelmente nervoso, ele afirmou que estava disposto a responder as perguntas no último dia 24 de outubro, na condição de testemunha, mas, após ser preso na semana passada e passar à condição de investigado, não poderá falar.
Lamentável e covarde
Um dos membros que já fez questionamentos a Bumlai, o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) subiu o tom e classificou como “lamentável” o fato de o pecuarista ter vindo de Curitiba, onde está preso, para Brasília, e ficar calado. “O senhor se recusou a responder até quantas empresas têm. O que isso vai atrapalhar nas investigações?”, questionou.
O parlamentar acusou Bumlai de ser uma atitude “covarde” e “antipatriótica” ao permanecer calado. “O senhor apostou a vida inteira na impunidade porque era amigo de autoridade”, disparou o deputado do PPS. “Seu silêncio, do ponto de vista moral, é ensurdecedor”, emendou Jordy.
Bumlai está na CPI munido de habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para permanecer calado durante a oitiva. A liminar, concedida pelo ministro Marco Aurélio de Melo, também assegura ao pecuarista o direito de não assinar termo de compromisso de dizer a verdade, além de ser assistido por advogado durante a sessão.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura