O pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, deixou o Complexo Médico Penal nesta segunda-feira (21) e vai permanecer em prisão domiciliar em São Paulo, com tornozeleira eletrônica.
Preso preventivamente desde novembro do ano passado, Bumlai recebeu o benefício na semana passada, depois de ter sido diagnosticado com câncer de bexiga. Ele deverá ser submetido a tratamento no hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.
O juiz Sergio Moro, que concedeu prisão domiciliar por três meses ao empresário, justificou o benefício para evitar que o recolhimento ao cárcere comprometesse os cuidados médicos de Bumlai, que tem 71 anos.
Bumlai poderá sair da residência para a intervenção cirúrgica, para o período de internação sucessivo, para a aplicação de medicamentos, consultas e providências médicas em geral. O juiz determinou o recolhimento do passaporte.
O pecuarista é um dos réus da Operação Lava Jato. Em dezembro passado, ele e outras dez pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF). Bumlai responde pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.
Ele é acusado de intermediar empréstimo para o PT junto ao Banco Schahin. Em troca, o Grupo Schahin ganhou contratos bilionários com a Petrobras.
O empréstimo, no valor de R$ 12 milhões, não foi pago, mas sim teria sido fraudado depois que a empresa conseguiu fechar um contrato de mais de US$ 1 bilhão para operar uma sonda de perfuração da estatal.
Bumlai confessou ter tomado empréstimo em seu nome, mas afirmou que, quando percebeu que o PT não pagaria, tentou saldar a dívida. Segundo ele, o banco teria recusado o acordo de pagamento para mantê-lo refém, justamente devido à amizade dele com Lula.
O pecuarista contou que Sandro Tordin, que era executivo do banco, viajou até a Campo Grande (MS) para levar a documentação do empréstimo ser assinada.
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