O pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, passou mal no fim de semana na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, e deve passar por exames nesta semana no Hospital Santa Cruz. Preso desde o dia 24 novembro, o empresário suspeito de intermediar o pagamento de propina ao PT teve sangramento na urina.
Nesta segunda-feira (11), o advogado Arnaldo Malheiros encaminhou um ofício ao juiz Sergio Moro pedindo autorização para Bumlai realizar os exames. O Hospital Santa Cruz já recebeu outros presos da Lava Jato, como o doleiro Alberto Youssef.
Moro autorizou no início da tarde desta segunda (11) a realização dos exames. “O deslocamento e exames deverão ser realizados na data de hoje [segunda-feira] ou de amanhã [terça] a depender das necessidades da Polícia Federal de organizar escolta”, determinou o juiz.
Antes mesmo de ser preso, segundo sua defesa, Bumlai apresentava traços de sangue na urina. De acordo com Malheiros, dias antes de ser preso, o pecuarista só não foi internado em São Paulo porque se recusou a cumprir a recomendação médica para se apresentar perante à sessão da CPI do BNDES. O depoimento dele estava marcado para o mesmo dia da prisão.
A defesa pede ainda que o médico da família, Lucas Trigo de Bumlai, acompanhe os exames. O médico encaminhou um documento atestando a saúde do pecuarista. Bumlai, segundo ele, sofre de hipertensão arterial, hipotireoidismo, glaucoma, transtorno de ansiedade, depressão, úlcera e osteoartrose. Na decisão de Moro não há autorização para que Trigo acompanhe os procedimentos.
O advogado de Bumlai também pediu que o pecuarista tenha acesso a sessões de fisioterapia para o tratamento da osteoporose. Na decisão, Moro determinou que o pedido seja feito diretamente à Polícia Federal, que deverá “verificar da viabilidade de realização delas no estabelecimento carcerário, trazendo somente após a questão a este Juízo”.
Denúncia
Preso pela Operação Lava Jato, o pecuarista José Carlos Bumlai foi denunciado sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta, por suspeita de ter participado de um esquema de corrupção na Petrobras e ter repassado dinheiro ao PT.
Bumlai é acusado de contrair um financiamento de R$ 12 milhões com o banco Schahin, em 2004, cujos valores foram transferidos a pessoas ligadas ao PT. Em depoimento à PF após a prisão, ele admitiu a operação bancária.
De acordo com os investigadores da Lava Jato, Bumlai teria intermediado o acordo que fez com que a empresa perdoasse a dívida em troca de um contrato de US$ 1,6 bilhão com a Petrobras, para a operação de um navio-sonda, em 2009.
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