Ao se negar a falar sobre sua relação com o ex-presidente Lula em audiência da Operação Lava Jato na manhã desta quarta-feira (30), o pecuarista José Carlos Bumlai foi dispensado pelo juiz federal Sergio Moro em menos de cinco minutos de audiência.
O pecuarista, que é amigo pessoal do ex-presidente, foi arrolado como testemunha de acusação pelo Ministério Público Federal (MPF) no processo que acusa Lula de lavagem de dinheiro e recebimento de propina através de um tríplex no Guarujá, litoral norte de São Paulo.
Logo no início do depoimento, a defesa de Bumlai esclareceu que o pecuarista não comentaria sua relação com Lula, uma vez que os dois respondem juntos a outras ações penais e inquéritos da Lava Jato.
“Qualquer resposta que ele venha a dar sobre sua relação com o ex-presidente Lula necessariamente terá relação com os fatos nos quais ele já responde a ação penal e a inquéritos policiais”, alegou a defesa.
“A defesa também adianta que ele desconhece completamente os fatos apurados nessa ação penal”, finalizou a defesa do pecuarista.
Diante do posicionamento de Bumlai, o MPF desistiu de ouvi-lo e o pecuarista foi dispensado pelo juiz. “Diante desse posicionamento da defesa do senhor Jose Carlos Bumlai e diante dos depoimentos que ele já prestou e que estão anexos na denúncia e considerando que seria a oportunidade para ele esclarecer, e pelo visto ele não quer esclarecer, eu desisto dessa testemunha”, disse o procurador Júlio Noronha.
O juiz federal Sergio Moro retomou nessa quarta-feira (30) o julgamento do ex-presidente. Pela manhã foram ouvidas quatro testemunhas de acusação e as oitivas seguem até o final da tarde na Justiça Federal de Curitiba. O próprio ex-presidente falará ao juiz nessa quarta, mas em outro processo. Ele foi arrolado como testemunha de defesa do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba desde outubro.
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