Constatação de quem tem assistido a muita pesquisa qualitativa: a intenção de voto em Lula está mais consolidada do que os tucanos gostariam de acreditar. Não significa que inexista hipótese de convencimento de eleitores por argumentos adversários, mas pesquisadores escutam, nos grupos de discussão, um elenco bastante definido de razões pelas quais essas pessoas se declaram dispostas a dar mais quatro anos ao presidente. São razões de natureza objetiva – aumento no poder de compra e bolsas governamentais – e subjetiva – identificação com a figura de Lula –, que resistem bem às provocações do mediador e parecem especialmente impermeáveis ao argumento da corrupção.

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Arrasta-pé – O PT fará festa no Minas Tênis Clube de Brasília depois de sua convenção, em 24 de junho. Batizado de "Forrozão do Lula", o baile terá convites a R$ 300 (mesa para seis), R$ 200 (mesa para quatro) e R$ 20 (individual). Folha de arruda – Os petistas pensaram em reutilizar o imóvel na Vila Mariana onde funcionou o comitê de 2002. Mas se lembraram de que Lula nunca gostou de repetir o QG em suas campanhas. O comitê de 1998, no Pacaembu, chegou a ser "analisado" por uma taróloga.

Imersão – Um senador petista ficou impressionado ao encontrar Ciro Gomes: estava cheio de gráficos e estudos com comparações entre os governos Lula e FH. Parecia em treinamento para ser vice. Reação mista – O ex-ministro anda bem entre a esquerda petista. O secretário-geral, Raul Pont, define assim uma chapa Lula-Ciro: "É a melhor opção para recuperarmos nossa identidade". Já o "centrão" da sigla, com 2010 na cabeça, prefere manter Ciro a uma distância segura. Status quo – José Dirceu será anistiado pelo Congresso no segundo mandato? Um petista tarimbado responde: "Não se o Lula puder evitar".

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Oficina – A FGV do Rio trabalha na proposta de concertação política que o ministro Tarso Genro pretende apresentar na próxima reunião do "Conselhão", em junho.

Muda tudo – A idéia de atrair o PPS ocorreu ao PSDB quando Lula ainda não ameaçava liquidar a fatura rapidamente. Agora, triunfou a "teoria César Maia", segundo quem Roberto Freire deve, sim, ser candidato, na tentativa de forçar o segundo turno. Enclave – Com tanta tristeza emanada das pesquisas, Geraldo Alckmin recebeu pelo menos uma boa notícia na semana: o prefeito de Curitiba, Beto Richa, telefonou para dizer que, no Paraná, o tucano supera Lula por 43% a 39%. No time – O deputado Walter Barelli (PSDB-SP) coordenará os capítulos trabalhista e sindical do programa de governo de Alckmin. Ex-ministro da área, o tucano também foi secretário de Mário Covas e do próprio candidato. Voz rouca – Na bancada de 20 deputados do PDT, apenas Sérgio Miranda (MG) defende que o partido dispute o Planalto. Se fosse a voto secreto, a candidatura de Cristovam Buarque seria página virada. Mutirão – Os governistas do PMDB dividiram as responsabilidades por acompanhar a avalanche de ações que o grupo de Garotinho vai impetrar pró-candidatura própria. DNA – O escritório de advocacia que atenderá os governistas é o de Eduardo Ferrão, no qual o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim deve militar tão logo acabe sua quarentena. Obra aberta – A assessoria do senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) conclui nesta semana um esboço do relatório da CPI dos Bingos. A oposição teme que o excesso de assuntos tire o impacto da peça.

TIROTEIO

* Do líder da minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), sobre o "doador universal" Paulo Okamotto, segundo quem as pessoas ficariam "decepcionadas" com seu sigilo bancário de "pessoa normal":

– É isso mesmo que apavora o governo. Aberto o sigilo de Okamotto, descobriríamos que se trata de "pessoa normal", e portanto sem condições de cobrir despesas de Lula e familiares.

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