O governador Sérgio Cabral anunciou na manhã desta quarta-feira, durante uma entrevista coletiva no Palácio Guanabara, um reajuste salarial de 25% para os funcionários das áreas de saúde, educação, segurança e administração penitenciária, ativos e inativos. O aumento será escalonado em dois anos, e neste ano terá um impacto de R$ 30 milhões na folha de pagamentos do estado e, em 2008, de R$ 80 milhões.
O presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, desembargador José Carlos Murta Ribeiro, nomeou nesta quarta-feira (dia 15 de agosto) uma comissão para retomar as negociações relativas ao projeto de lei que prevê o reajuste dos servidores do Poder Judiciário. O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) considerou o reajuste salarial proposto pelo governo uma vitória, mas afirmou que a medida ainda é insuficiente para repor suas perdas salariais. Uma assembléia está marcada, para esta quinta, às 14h. Os servidores já poderão decidir fazer greve na rede. Antes, às 11h, está prevista uma audiência com o Secretário de Educação, Nelson Maculan
Durante a coletiva, Cabral afirmou ainda que deve enviar nesta quarta-feira uma mensagem para a Assembléia Legislativa pedindo que o aumento seja aprovado. A intenção do governador é que a primeira parcela seja paga já no mês de setembro. Com o aumento, o goverandor tenta cumprir um dos compromissos assumidos no início do governo, quando prometeu que atenderia às reivindicações salariais dos servidores, prioritariamente os da segurança pública, da saúde e da educação.
O aumento anunciado pelo governador foi criticado pela Associação dos MIlitares Auxiliares e Especialistas (Amae), entidade que congrega policiais militares do Estado do Rio de Janeiro. Em nota, a Amae afirma que a proposta de reajuste "trata-se de um escárnio com os policiais e bombeiros militares fluminenses". Para a associação, o aumento não repõe as perdas salariais de 2001 a 2007 que, de acordo com a entidade, somam 54%.
Professores, policiais e médicos vinham demonstrando sua insatisfação com a demora no anúncio do governador. Na área de segurança, os policiais tiveram a garantia de que receberiam reajuste logo no início do ano. No caso dos médicos, Cabral chegou a se comprometer a aplicar ainda no primeiro semestre o plano de cargos e salários da categoria, aprovado em 2002. Já para os professores, o governador prometeu acabar com uma gratificação que variava entre R$ 100 e R$ 500, concedendo reajuste à categoria, sem aumento há dez anos. A gratificação foi mantida e não saiu o aumento.
Em julho, os policiais civis chegaram a ameaçar começar uma operação padrão. A reivindicação era de um reescalonamento salarial, que proporcionaria reajustes entre 50% e 70%, de acordo com o cargo. Os policiais chegaram a fazer greve nos dias 9 e 10 de julho, quando apenas 30% do efetivo trabalharam, mas suspenderam o movimento para a realização dos Jogos Pan-Americanos.
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