O governador fluminense Sérgio Cabral Filho (PMDB) considerou natural que, em uma campanha política, haja comparações entre a postura dos partidos que ocuparam o poder, conforme defendeu a ministra Dilma Rousseff, ao responder ao artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo, na edição de domingo.
No artigo, FHC disse que Lula, levado "por momentos de euforia" está inventando inimigos e enunciando inverdades". O ex-presidente disse ainda que "se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa".
O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes que participou com Cabral de uma solenidade no Rio, considerou normal as trocas de farpas no debate político, mas voltou a defender que não haja dois pesos e duas medidas na análise dos casos pela Justiça Eleitoral.
"Uma coisa é a troca de farpas, isto é normal dentro do jogo político. A questão básica é que haja critérios mínimos que a Justiça, especialmente a Justiça Eleitoral, possa adotar para não ficar a impressão de que pode haver um modelo que contemple determinada situação e não contemple outro".
Para Cabral, no processo eleitoral é válido comparar propostas. "Ou você compara propostas de quem não assumiu com quem já fez, ou você compara propostas no caso de dois partidos que ocuparam o governo federal. Há como comparar política econômica, política social, política de infraestrutura". Ao concordar com a ministra e provável candidata do PT à presidência, Cabral citou o caso do saneamento básico.
"Aquilo que a ministra Dilma disse em relação, por exemplo, ao investimento ao saneamento básico, que ela fez referência no discurso à juventude do PT, é absolutamente verdadeiro. No último ano de 2002 se gastou menos de R$ 600 milhões no Brasil com saneamento. Só no Estado do Rio de Janeiro está se gastando mais de R$ 1 bilhão. Isto são fatos", afirmou.
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