O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), pediu desculpas ontem à presidente eleita, Dilma Rousseff, por ter anunciado a indicação de seu secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, para o Minis­tério da Saúde. "Eu cometi esse erro e peço desculpas. Foi uma de­­­selegância de minha parte porque quem escolhe ministro é o presidente ou alguém delegado por ele", disse Cabral, em en­­­trevista a jornalistas brasileiros em Buenos Aires.

CARREGANDO :)

O governador relatou que foi convidado por Dilma Rousseff para uma reunião na última se­­­gunda-feira na Granja do Torto. "Nesta conversa, ela demonstrou o seu desejo de ter o secretário Côr­­tes, que é um técnico qualificado da Saúde, como ministro. E eu me empolguei e me precipitei. Mas, na verdade, ela não formalizou o convite", emendou.

Indagado sobre se "a precipitação" pode terminar derrubando a indicação de Côrtes, Cabral disse que a decisão cabe à presidente eleita. "Não vou mais falar sobre esse assunto porque, na verdade, era uma escolha técnica. Ela mesma frisou que na Saúde tem que entrar um conceito técnico de gestão", disse ele, argumentando que a indicação não faz parte da cota de cargos do PMDB no governo.

Publicidade

"Eu jamais pedi à Dilma que seja o Côrtes. Foi uma iniciativa dela, mas que eu me precipitei [em anunciar]. Na campanha política, em todo debate sobre saúde pública ela mencionava nossa política da UPA 24 horas [Unidade de Pron­­­to Atendimento]", justificou. Ca­­­bral disse ainda que, durante a campanha, a presidente disse a ele que ia "acabar levando o Côrtes". Na verdade, continuou, "o Côrtes foi mencionado como um técnico. Ele nem é filiado ao PMDB".

Além de dizer que a escolha é de Dilma, Cabral também afirmou que quem negocia os cargos de seu partido no governo é o vice-presidente eleito, Michel Temer, dirigente nacional da sigla.