Em discurso durante a cerimônia de posse do novo comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Pedro Marco Cruz Machado, ocorrida na manhã desta terça-feira, no quartel central da corporação, o governador Sérgio Cabral classificou o atendimento de saúde do Rio como "uma barbaridade de ruim". Uma das primeira medidas tomadas pelo governador foi declarar situação de emergência nos serviços de saúde no Rio por um período de 90 dias, que podem ser prorrogados. Nesse prazo, a Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil poderá realizar contratações, de forma emergencial, de serviços, equipamentos, medicamentos e insumos. Para suprir as necessidades das unidades de saúde, o órgão poderá ainda contratar pessoal por tempo determinado (temporários).
Na cerimônia, o governador justificou a perda pela Defesa Civil do status de secretaria, sendo incorporada como subpasta da Secretaria de Saúde. Cabral afirmou que se fosse usar como critério a eficiência, teria que extinguir a pasta da Saúde:
A Saúde é uma barbaridade de ruim. Se fosse usar o critério da eficiência, extinguiria a Secretaria de Saúde e não a Defesa Civil. Mas temos que privilegiar a atividade fim, dando recursos e capacidade de ação. Queremos dar aos bombeiros prestígio, presença e capilaridade de serviços disse o governador.
Em sua justificativa, publicada no Diário Oficial desta segunda-feira, o governador Sérgio Cabral alegou que a medida era importante porque os problemas na área da saúde estão prejudicando o atendimento à população. Um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) indica falta de medicamentos na rede pública.
Bombeiros vão coordenar atendimentos pré-hospitalar
Para Côrtes, o problema da precarização da mão-de-obra na rede pública de saúde é um dos mais graves e também deverá ser logo atacado. De acordo com ele, os profissionais trabalham sem ter qualquer direito trabalhista, o que compromete a eficiência:
Estamos estudando uma forma de contratá-los com todas as garantias da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Se não puder ser por concurso, num primeiro momento, estudamos até a criação de uma fundação estadual para contratar os servidores.
Outra novidade anunciada pelo secretário de Saúde é que o Corpo de Bombeiros passará a coordenar todo o serviço de atendimento pré-hospitalar de emergência do estado:
O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e o grupo de emergência do governo (Emergência em Casa) passarão a ser uma coisa só.
Para resolver o problema da superlotação dos hospitais, o secretário defendeu uma aproximação do estado com as prefeituras, para estimular os investimentos na rede de atendimento básico, com a instalação de postos de saúde que funcionem 24 horas por dia. Côrtes anunciou ainda que serão feitos todos os esforços para montar, o mais rapidamente possível, uma central de regulação de leitos.
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