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Sérgio Cabral: ele é o principal nome do PMDB. Mas falta convencer o partido disso. | Jorge Marinho
Sérgio Cabral: ele é o principal nome do PMDB. Mas falta convencer o partido disso.| Foto: Jorge Marinho

Um dia após o anúncio de que a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e as polícias Civil e Militar vão participar de um mutirão para garantir a segurança nas eleições do Rio de Janeiro, o governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB) e o presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), Roberto Wider, trocaram farpas pela imprensa.

Cabral disse ser favorável à atuação da força-tarefa "antes, durante e depois das eleições". Wider retrucou dizendo que é responsabilidade do governo do estado garantir a segurança da população e dos candidatos a cargos eletivos no pleito de outubro. Em diversas favelas cariocas, milícias e traficantes têm impedido candidatos de fazer campanha eleitoral para favorecer concorrentes simpatizantes deles.

"Eu acho que o governador devia solicitar isso diretamente ao presidente Lula ou ao ministro da Justiça, dentro da área da segurança do Estado. Não em função da Justiça Eleitoral", disse Wider. "É preciso distinguir: dentro da fase eleitoral, nos limites da atribuição da Justiça Eleitoral, nós não queremos nem somos responsáveis pela segurança que compete ao Estado fornecer a todos os cidadãos"

O presidente do TRE enfatizou que é obrigação do Estado garantir o direito de ir e vir dos cidadãos. "É interessante notar que não é só o candidato que é impedido de ir a algum lugar, mas o carteiro, os oficiais de justiça, entregadores de gás e outros serviços também não podem subir (em morros dominados pelo tráfico ou pelas milícias)".

O reforço imediato nas eleições havia sido descartado em reunião entre Wider e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Brito, embora tenha sido definido que haverá um mutirão policial.

Bem-vindo

O governador Cabral disse ontem que havia telefonado para o ministro Ayres Britto e reiterado a posição do estado de receber a Força Nacional de Segurança, Polícia Federal ou Exército. Para o governador, é bem-vindo tudo o que possa "ajudar no combate à criminalidade, garantir o trabalho dos profissionais de comunicação e a tranqüilidade dos candidatos a vereador ou a prefeito no Rio". Mas o envio da Força Nacional e do Exército, por ora, está descartado. "O ministro (Britto) está preocupado que protejamos a regularidade dos serviços eleitorais, não com a segurança que o estado deve fornecer de maneira geral aos cidadãos", rebateu Wider.

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