Atualizado em 16/05/02006 às 19h56

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Muito trabalho nesta terça-feira (16) nas seis cadeias públicas do interior do Paraná que viveram momentos de tensão durante as rebeliões de presos no fim de semana. Revistas nas celas, limpeza dos presídios, levantamento dos estragos causados e a transferência de detentos movimentaram o dia dos agentes penitenciários e dos policiais em cada uma das cidades.

No Oeste do estado, quatro cadeias passaram pela mesma situação. Em Foz do Iguaçu, onde o caso mais grave dentre todas as rebeliões foi registrado, 23 portas de celas foram arrancadas durante a rebelião. Houve também estragos nas redes hidráulica e elétrica, e danos das câmeras de segurança.

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Também nesta terça-feira 20 detentos condenados, apontados como líderes da rebelião, foram transferidos para a Penitenciária Estadual de Segurança Máxima da cidade. À tarde, cerca de 50 policiais civis e militares, com auxílio de cães, fizeram uma minuciosa revista na cadeia à procura de instrumentos e armas que poderiam estar em poder dos presos. A restauração na cadeia começaram a ser feitas também nesta terça. De acordo com o delegado-adjunto Francisco José Batista da Costa, a reforma na cadeia pública Laudemir Neves pode custar perto de R$ 50 mil aos cofres públicos. Algumas celas serão refeitas e as grades trocadas. Outras necessidades do presídio serão avaliadas.

Em Cascavel, onde os motins de rebelados começaram na madrugada de domingo e logo foram controlados, o dia também foi de limpeza e reparos. Quatro grades das celas situadas na 15.ª Subdivisão Policial (SDP) foram arrancadas. Segundo o delegado-chefe Amadeo Trevisan, nos próximos dias, cerca de 40 presos devem ser removidos para a Penitenciária Industrial de Cascavel. A transferência já estava prevista antes da rebelião ocorrer. O delegado chefe da Divisão Policial do Interior, Luiz Alberto Cartaxo Moura, afirmou que a cadeia da cidade será reformulada a "dinâmica de circulação dos presos", para promover melhor segurança.

Na rebelião de três horas no 20.ª SDP de Toledo, a destruição se manteve dentro da cadeia. Os presos cortaram cabos de aço das portas da delegacia, mas o problema já foi sanado. As grades que foram derrubadas e danificadas pelos detentos estão sendo consertadas e retiradas do local. Uma revista também foi feita pelos policiais. A delegacia, que deveria conter apenas 40 presos, estava com 140.

Já em Assis Chateaubriand, os 40 detentos atearam fogo nos colchões da Cadeia Pública da cidade. De acordo com Cartaxo, como o prédio foi apenas destruído parcialmente, uma reforma total no local deve servir como ação preventiva, evitando assim novos motins. Ele apenas aguarda o orçamento para as obras terem início.

No Noroeste paranaense, a situação foi bastante tranqüila nesta terça em Umuarama. Os delegados não divulgaram se as reivindicações dos presos serão atendidas. Os detentos, que começaram a rebelião por volta de 23h de domingo e foi controlada logo em seguida, pedem melhores condições de alimentação e estrutura da cadeia. Não houve registros de feridos e mortos em Umuarama. As obras devem começar ainda nesta semana.

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O quadro foi o mesmo em Campo Mourão, onde a rebelião de segunda-feira foi violenta, com dois dos cinco reféns ficando feridos. De acordo com a superintendência do presídio, os presos quebraram paredes, 18 cadeados, cinco câmeras do circuito interno de segurança, holofotes e também danificaram portas, pisos e colchões. As transferências de presos não estão descartadas para os próximos dias.

São José dos Pinhais

Se no interior paranaense a terça-feira foi de tranqüilidade, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, o clima ficou tenso. Logo pela manhã, um grupo de 31 presos do Centro de Detenção Provisória (CDP) da cidade manteve durante cinco horas o agente penitenciário Rafael Leal como refém.

O movimento começou por volta das 11h da manhã, quando a polícia conseguiu conter o movimento em apenas duas das três alas rebeladas. O centro, que possui 24 blocos, só voltou ao controle dos policiais por volta das 16h. Na ação, foram usadas balas de borracha e bombas de efeito moral. Alguns dos detentos ficaram levemente feridos. O refém foi libertado.

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