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José Eduardo Cardozo: testemunha em caso envolvendo Antonio Palocci. | LULA MARQUES/Agência PT
José Eduardo Cardozo: testemunha em caso envolvendo Antonio Palocci.| Foto: LULA MARQUES/Agência PT

Após um depoimento que durou não mais que 20 minutos ao juiz Sérgio Moro nesta segunda-feira, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo disse que “infelizmente” a caixa 2 no Brasil é “histórico, cultural, mas nem sempre agasalha a prática de corrupção”.

Cardozo falou a Moro por videoconferência de São Paulo. Ele, que defendeu a ex-presidente Dilma Rousseff no impeachment, foi arrolado como testemunha de defesa do ex-ministro Antonio Palocci, réu na Lava Jato. Moro ouviu testemunhas ligadas à ação na qual Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma) é acusado de atuar para favorecer os interesses da Odebrecht junto ao governo federal na contratação de sondas de exploração do pré-sal com a Petrobras.

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“Eu disse (a Moro) que infelizmente o caixa 2 no Brasil é histórico, cultural, mas nem sempre agasalha a prática da corrupção. Às vezes se doa o dinheiro sem que você efetivamente saiba a origem. Há situações distintas: a corrupção tem uma origem, Caixa 2 tem outra “, relatou Cardozo, que parou para falar com jornalistas após o depoimento.

Ele disse que não poderia dar detalhes de suas respostas, mas que foi questionado sobre a prática de Caixa 2 durante campanha do PT. Enquanto conversava com repórteres, uma pessoa passou de carro gritando “ladrão”.

Tudo é ilegal, diz Cardozo

Segundo Cardozo, “tudo é ilegal”, mas é importante “precisar qual a ilegalidade que se coloca”.

“Caixa 2 é ilegal? É. É recriminável? É. É eticamente reprovável? É. Mas não se confunde necessariamente com corrupção ou lavagem de dinheiro. Pode se confundir? Pode. É frequente até que isso ocorra? Sim. Pelo menos isso é que se sabe ao longo da História brasileira. Agora que são coisas diferentes são.”

O ex-ministro frisou ainda que não participou da coordenação da campanha de 2014, mas que havia orientação “muito clara” da presidente Dilma Rousseff de não receber contribuições que apresentassem alguma irregularidade.

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