Tema fundamental para mais de 100 mil aposentados e pensionistas do estado, a Paranaprevidência estará novamente na pauta dos principais candidatos ao governo estadual. Os concorrentes ao Palácio Iguaçu terão de gerir o sistema remodelado no final de 2012, quando a Assembleia aprovou a Lei 17.435/12. O texto final não trouxe todas as mudanças que chegaram a ser discutidas. O principal ponto que ficou de fora foi justamente o mais polêmico: a taxação de inativos que recebem mais que o permitido pelo teto do INSS. A cobrança feita pelos estados e pela União chegou a ser questionada judicialmente, mas teve sua legalidade reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
>> Requião vai avaliar situação fiscal para decidir sobre aumentos
>> Richa diz que mudança de 2012 reorganizou o fundo previdenciário
>> Gleisi aposta na gestão eficiente e descarta aumento na contribuição
"Muitos estados cobram os inativos e isso é perfeitamente legal. No Paraná, essa cobrança não é feita por motivos políticos", explica a advogada e professora de Direito Previdenciário Melissa Folmann.
Contrapartida
Sem cobrar dos inativos, a lei aumentou o porcentual de contribuição cobrado dos funcionários ativos, de 10% para 11% do salário. O Executivo depositaria, como contrapartida, o mesmo valor pago pelos funcionários. A soma das quantias abasteceria três fundos: o previdenciário (que paga os benefícios aos servidores aposentados a partir de 2004), o financeiro (que paga os aposentados antes de 2004) e o militar (destinado especificamente aos policiais militares).
Em seus primeiros seis meses de funcionamento, o modelo não funcionou. O governo do estado deixou de repassar cerca de R$ 600 milhões correspondentes à sua cota de contribuição ao fundo previdenciário dos servidores. Para contornar o rombo, a manobra utilizada foi emprestar recursos do fundo previdenciário para o fundo financeiro.
À época, o governo alegou que o atraso em repasses federais da ordem de R$ 1 bilhão trouxe dificuldades para o caixa do estado e que os repasses seriam normalizados em breve. Ainda segundo o governo, não haveria prejuízo maior porque o órgão contava com R$ 8 bilhões em caixa. Procurada ontem, a Paranaprevidência não respondeu os questionamentos sobre o caixa atual do órgão. Na análise de contas do governo de 2013, o Tribunal de Contas (TC) afirma que os três fundos fecharam o ano superavitários.
Para Melissa Folmann, a análise do TC não dá a real dimensão do caixa da Paranaprevidência. "Eles fazem a análise daquele ano, que pode ser de superávit, mas não levam em conta o total de déficit de anos anteriores."
Gestão
Os três principais candidatos ao governo do estado Beto Richa (PSDB), Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT) adotam discursos semelhantes para tratar da Paranaprevidência. Em comum, a tese de que com eficiência e gestão seria possível colocar as contas previdenciárias em dia e tornar o sistema operacional no longo prazo. Colaborou Gabriel Azevedo
Impasse sobre apoio a Lula provoca racha na bancada evangélica
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Eleição de novo líder divide a bancada evangélica; ouça o podcast
Eleição para juízes na Bolívia deve manter Justiça nas mãos da esquerda, avalia especialista
Deixe sua opinião