Desde que a presidente Dilma Rousseff (PT) assumiu o governo em 2011, muitos ministros já passaram pela Esplanada dos Ministérios. As trocas têm sido comuns no governo da petista e, segundo um levantamento da BBC, 86 ministros foram demitidos ou pediram demissão ao longo dos cinco anos do governo Dilma.
Com a crise política e o processo de impeachment da presidente em tramitação no Congresso, a dança das cadeiras se tornou mais constante. Algumas cadeiras ainda estão vazias aguardando nomeação, como o caso do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a Secretaria de Aviação Civil e a Casa Civil, que por enquanto são ocupadas por interinos.
Nesta segunda-feira (25), o recém nomeado ministro do turismo Alessandro Golombiewski Teixeira ganhou repercussão nas redes sociais depois da comemoração de sua esposa, a modelo e ex-miss bumbum Milena Santos, que afirmava ter se tornado a “primeira-dama do Ministério do Turismo”. Com fotos provocantes tiradas no gabinete do marido, a modelo ganhou repercussão nas redes sociais e acabou apagando a postagem horas depois.
O caso mostra como o atual ministério de Dilma virou uma caixinha de surpresas. O próprio ministro do turismo, por exemplo, não tem sequer experiência na área. De acordo com informações do site do ministério, Alessandro Golombiewski Teixeira é especialista em competitividade e desenvolvimento industrial.
Graduado em Economia, o ministro também é mestre em economia latino-americana pela Universidade de São Paulo (USP) e doutor em competitividade tecnológica e industrial pela Universidade de Sussex, da Inglaterra. Em Porto Alegre, sua cidade natal, dirigiu a área de assuntos internacionais do governo do estado.
Um levantamento realizado pela Gazeta do Povo mostra que além de Teixeira, outros seis ministros de Dilma não têm experiência na área de atuação dos ministérios que comandam. Veja:
Antonio Carlos Rodrigues, ministro dos Transportes: é advogado e procurador. Trabalhou na Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) e assumiu uma cadeira no Senado em 2012, onde integrou as comissões de Assuntos Econômicos e de Constituição e Justiça.
Aloizio Mercadante, ministro da Educação: Mercadante é graduado em economia pela universidade de São Paulo (USP), mestre em Ciência Econômica e doutor em Teoria Econômica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Já foi deputado federal e senador, além de ocupar outros ministérios, como Casa Civil, Ciência, Tecnologia e Inovação, além de já ter exercido o cargo de ministro da Educação em outra ocasião - também no governo Dilma.
André Figueiredo, ministro das Comunicações: O ministro é advogado, economista e empresário. Já foi presidente do Sindicado dos Economistas do Ceará; subsecretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente; e secretário do Esporte e Juventude do estado.
Patrus Ananias, ministro do Desenvolvimento Agrário: Ananias é advogado, especialista em poder legislativo, mestre em direito processual. Em 2004, durante o governo Lula, assumiu o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, onde, dentre outros programas sociais, foi responsável pela implementação do “Bolsa Família”.
Edinho Silva, ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República: O ministro é graduado em ciências sociais e mestre em engenharia e produção. Em 2010 foi eleito deputado estadual em São Paulo e integrou as Comissões de Saúde, de Esportes, de Segurança Pública e Direitos Humanos.
Josélio de Andrade Moura, ministro da Integração Nacional: É graduado em medicina veterinária e doutor em ciências animais. Há mais de 25 anos é servidor público do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Já atuou como Secretário Nacional de Defesa Agropecuária, Diretor Geral do Departamento Nacional de Produção Animal e Fiscal Federal Agropecuário.
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