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O PSDB e o PMDB do Paraná devem passar mais uma semana sem saber se estarão coligados nesta eleição. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do estado sinaliza que não vai julgar a validade da aliança entre os dois partidos nos próximos dias. Durante esta semana não há previsão de entrar na pauta da corte do TRE nenhum caso sobre homologação de candidaturas.

Os editais contendo os nomes dos pedidos de registro de candidatura foram publicados ontem no Diário da Justiça e, pelo calendário eleitoral, o prazo para pedido de impugnação vai até sexta-feira. Qualquer cidadão ou partido político pode ingressar com ação. Se o TRE receber pedidos de impugnação, abre prazo de mais sete dias para o candidato apresentar sua defesa.

Os prazos do calendário eleitoral podem arrastar o impasse envolvendo o PSDB e o PMDB até o dia 23 de agosto, prazo final para o TRE emitir uma decisão final. Enquanto não sai um parecer, as duas correntes do partido continuam confiantes na vitória. O grupo do presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, acredita que a Justiça do Paraná vai manter a decisão da executiva nacional de anular a coligação com o PMDB. Já a ala liderada pelo presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, também aguarda um parecer favorável à manutenção da aliança.

O grupo que defendia a coligação com o PMDB venceu a convenção estadual no último dia 30, por cinco votos, mas a decisão foi anulada no dia seguinte pela direção nacional do partido com o argumento de que a união não beneficia a campanha do candidato a presidente da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin.

A aliança foi registrada no TRE com Hermas Brandão candidato a vice-governador na chapa de Roberto Requião (PMDB). Junto foi entregue a determinação do diretório nacional em suspender a aliança. Cabe à Justiça Eleitoral optar por acatar o resultado da convenção ou a decisão da cúpula tucana.

A corrente que defende o apoio informal à candidatura do senador Osmar Dias (PDT) e faz oposição ao PMDB já adiantou que pretende recorrer caso o resultado não seja favorável. O diretório nacional do PSDB, porém, havia afirmado que não recorreria caso o TRE aprovasse a aliança.

O presidente Valdir Rossoni disse que a Justiça Eleitoral deve respeitar a decisão da executiva nacional porque é uma questão interna do partido. Se isso não ocorrer, o PSDB do Paraná pretende recorrer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) "Nós, do diretório estadual, acatamos a decisão da executiva e encaminhamos à Justiça Eleitoral para oficializar. Se houvesse discordância, o diretório estadual poderia impetrar um recurso contra, mas isso não ocorreu", disse Rossoni.

Para o secretário-geral do PSDB, deputado federal Luiz Carlos Hauly, a direção nacional tem a prerrogativa de anular a parte que não interessa da convenção, que é justamente a coligação do PSDB com o PMDB. "Essa aliança contraria o partido no estado e a candidatura nacional. O governador nunca se manifestou pró- Alckmin. Não podemos emprestar o nosso partido para alguém que não defende nossas idéias e o nosso candidato", disse.

Hauly garantiu que o grupo que não quer a aliança com o PMDB vai "brigar até o último instante" para impedir a coligação. Para o deputado, essa guerra vai gerar instabilidade para o PMDB e para o governador. "Se Requião tivesse bom senso e discernimento arrumava seu partido e cuidava da sua campanha", sugeriu.

Os tucanos, segundo o parlamentar, nunca participaram do governo do estado diretamente, "a não ser com meia dúzia de votos na Assembléia", e não vai ceder a uma "conveniência momentânea" só porque o PMDB não conseguiu reunir aliados. "Essa aliança na última hora é como misturar óleo com a água", comparou.

O deputado federal Gustavo Fruet acha que o impasse está provocando muita especulação e desencontro de informação dentro do PSDB. Segundo ele, não há nenhuma mudança de posição do diretório nacional, que mantém a determinação de anular a coligação. Agora só resta esperar os desdobramentos. "Só que nada depende mais do diretório nacional. O Tasso Jereissati já fez a sua parte", afirmou.

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