Projeto enterra articulações para recriação do Partido Liberal
Se aprovado, o texto aprovado nesta quinta-feira (11) na Câmara dos Deputados praticamente jogaria por água abaixo as articulações para recriar o Partido Liberal, já que seria pouco interessante a um deputado ficar cinco anos em um partido que não teria praticamente nenhum tempo na propaganda eleitoral, o principal trunfo das campanhas políticas.
A articulação para a criação do PL vem sendo feita pelo ministro das Cidades, Gilberto Kassab, que já criou o PSD.
O novo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que seu partido pensa em ir à Justiça para barrar esse tipo de fusão.
Kassab, nas redes sociais, já classificou de "excelente iniciativa da Câmara" a discussão do projeto.
Oficialmente, o ministro nega participação na recriação do PL. Para tentar se descolar do movimento, o PSD assinou o requerimento para acelerar a votação da proposta.
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Impondo nova derrota ao Palácio do Planalto, a Câmara dos Deputados acelerou nesta quarta-feira (11) a tramitação de um projeto que dificulta a fusão de partidos.
Apesar da resistência do PT, a proposta ganhou urgência e poderá ser votada em breve diretamente no plenário da Casa, sem precisar passar pelas comissões.
O projeto é patrocinado pelo PMDB e ganhou aval do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que se aliou à oposição para tentar barrar uma articulação patrocinada pelo Planalto para diluir o peso do PMDB dentro da base de apoio ao governo.
"Queremos coibir a indústria de formação de partido político", disse o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), autor do projeto.
O objetivo da proposta é minar as movimentações políticas do ministro Gilberto Kassab (Cidades). Cacique do PSD, o ex-prefeito de São Paulo trabalha nos bastidores, com o aval do governo, para recriar o Partido Liberal.
Sua intenção é inflar esse novo partido, que já nasceria governista, com deputados da oposição e do PMDB. As regras da fidelidade partidária permitem a migração para novas legendas sem o risco de cassação do mandato.
Criado o PL, a intenção de Kassab seria fundi-lo ao PSD, tornando a legenda, possivelmente, a maior do Congresso Nacional. O movimento começou em 2014 e ganhou força durante a reforma ministerial, quando a presidente Dilma Rousseff prestigiou Kassab.
As negociações irritaram especialmente o PMDB, principal aliado do governo, e partidos da oposição, que acertaram a reação.
Pelo projeto capitaneado pelo DEM, e que conta com o apoio de Cunha, somente será permitida a fusão dos partidos após cinco anos de sua criação.
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