Com uma demora de um ano e sete meses, o plenário da Câmara aprovou na quarta-feira à noite o acordo entre os governos do Brasil e do Paraguai sobre o valor da energia gerada em Itaipu. Em setembro de 2009, o Brasil aceitou pagar três vezes mais ao Paraguai pela cessão da energia não consumida pelo país vizinho, subindo dos atuais US$ 120 milhões para US$ 360 milhões anuais.
O atraso na aprovação do acordo pelo Legislativo brasileiro está criando uma saia-justa para a presidente Dilma Rousseff. Ela pretende viajar em maio ao Paraguai, mas não poderá chegar lá sem a concretização do acordo. A alteração no Tratado de Itaipu já foi aprovada pelo Parlamento paraguaio. O DEM e o PSDB tentaram evitar a votação da proposta, usando a estratégia de obstrução. Após quase cinco horas de sessão, às 23h44, a proposta foi aprovada com os votos contrários dos dois partidos. O placar registrou 285 votos a favor e 54 contrários. O acordo terá de ser votado ainda pelos senadores.
A votação deixou claro que a decisão de pagar mais pela energia de Itaipu não é apenas uma conta numérica e uma discussão econômica. Estão em cena a relação política e diplomática com o Paraguai e a estratégia geopolítica do governo. Ao acertar rever o tratado com o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou a importância de o Brasil não ter um país pobre como vizinho e de combater a desigualdade regional.
O relator da proposta na Câmara, deputado Doutor Rosinha (PT-PR) ao defender a proposta, disse que o acordo representa pouco para o Brasil, mas significa bastante para o Paraguai. Segundo Rosinha, a remuneração pela energia de Itaipu representa cerca de 20% do total das receitas do Paraguai.
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