Vereadores de Apucarana, no Norte do Paraná, se preparam para analisar nos próximos dias proposta que prevê aumento de 11 para 19 no número de representantes da Câmara. A alteração, discutida junto com a elaboração do Regimento Interno e da Lei Orgânica do município, é permitida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nos casos de cidades com mais de 120 mil e até 160 mil habitantes. Em Apucarana, a população, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 120.919 moradores.
O presidente da Câmara, José Airton de Araújo, o Deco (PR), afirma que ainda deve debater mais o assunto entre os vereadores, mas a previsão é de que a proposta seja levada ao plenário em até duas semanas. Ele argumenta que, caso aprovada, a decisão proporcionará mais representatividade à população e que não implicará em mais gastos para o Legislativo.
"Os repasses que a Câmara recebe serão os mesmos. O que vai acontecer é que cada vereador terá direito a menos comissionados. Como está hoje, eles têm dois, três assessores, dependendo do caso", afirma Deco.
Cada vereador de Apucarana recebe hoje um salário de R$ 7,1 mil, enquanto o presidente, R$ 10 mil. Por mês, a soma dos salários dos 11 parlamentares ultrapassa a marca dos R$ 80 mil.
Manutenção
A tentativa de elevar o número de cadeiras na Câmara de Apucarana já havia sido feita por vereadores da cidade em 2011. Os representantes, no entanto, decidiram voltar atrás após manifestações da comunidade. Na época, o Observatório Social de Apucarana (OSA) foi uma das entidades que se posicionaram contra a medida.
Segundo o vice-presidente para Assuntos de Controle Social do OSA, professor Rogério Ribeiro, não houve evento que pudesse alterar o posicionamento do Observatório sobre o assunto. Ele diz que os voluntários do grupo vão se reunir para estudar medidas a respeito da proposta e se mostra contrário aos argumentos da Câmara. "A questão da representatividade está ligada à qualidade dos representantes, não ao número. Pode-se ter 100 representantes e, ainda assim, ter uma Câmara fraca, e com 10, 11 vereadores, um Legislativo forte", analisa.Ribeiro assinala ainda que embora não haja previsão de aumento de custos, os valores que são devolvidos anualmente pela Câmara à Prefeitura, para investimento em outras áreas, serão reduzidos. "Precisamos analisar o que queremos. São mais vereadores ou mais médicos e mais professores?", questiona.