A Comissão Processante (CP) da Câmara de Campinas, responsável pela apuração de envolvimento do prefeito Demétrio Vilagra (PT) em suposto esquema de corrupção na Sanasa, a empresa municipal de saneamento, acatou denúncia do vereador Valdir Terrazan (PSDB) e decidiu nesta sexta-feira (16) pedir a cassação do petista.
O presidente da Câmara, Pedro Serafim (PDT), marcou a sessão de julgamento para 20 de dezembro, a partir das 9 horas. O processo de 1.400 páginas, com depoimentos de testemunhas de defesa e acusação e documentos do Ministério Público, terá de ser lido na íntegra e a sessão pode durar três dias.
No relatório final, com 13 páginas, o vereador e relator Zé do Gelo (PV) aponta quebra de decoro por parte do prefeito. Para os vereadores da comissão, o petista teve, nas vezes que assumiu o cargo de prefeito no lugar de Hélio de Oliveira Santos (PDT), chance de interromper a ação do grupo apontado pela Promotoria como responsável pelo desvio de recursos e fraudes em licitações mas não o teria feito.
Os vereadores indicaram o depoimento do ex-presidente da Sanasa, Luiz Augusto Castrilon de Aquino, como peça fundamental para a decisão da comissão. O advogado do prefeito, Hélio Silveira, disse que o parecer da Câmara não tem densidade e é parcial. "Eles (vereadores) se concentraram no depoimento do Aquino e não falaram uma linha sobre as testemunhas de defesa, não há contraposição", afirmou.
"Por isso o prefeito considerou o relatório uma obra de ficção, porque não se pode apontar quebra de decoro por fatos que sequer foram provados. Eles alegam que o prefeito não demonstrou inocência, mas o processo penal sequer começou", afirmou Silveira. Demétrio Vilagra repetiu, nesta sexta-feira, que desconhecia qualquer esquema de corrupção.
O petista foi empossado no dia 23 de agosto, após a cassação de Hélio de Oliveira Santos. Vilagra e outras seis pessoas - entre elas a ex-primeira dama Rosely Nassim dos Santos - foram acusados formalmente pelo Ministério Público por supostos crimes de formação de quadrilha, desvio de recursos públicos e fraude em licitações. O petista teve por duas vezes prisão decretada, sendo que em uma delas chegou a ser detido. As prisões foram revogadas.
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