Manifestação
Moradores protestam contra processo de cassação
Em apoio ao vereador Gilmar Luis Cordeiro, membros da Associação de Moradores Nova Esperança bloquearam, por aproximadamente uma hora, um trecho da rodovia João Leopoldo Jacomel em Piraquara. De acordo com o presidente da associação, Osmar dos Santos, a população não concorda com a possibilidade de cassação. "Queremos uma resposta do relator do processo. O vereador está sendo injustiçado", defendeu.
Por volta das 16h, os moradores encerraram o bloqueio e se deslocaram em direção à Câmara Municipal de Piraquara, onde pretendem acompanhar a sessão que vai decidir se Cordeiro será cassado.
Os vereadores de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, votam nesta sexta-feira (11) um pedido de cassação do mandato de Gilmar Luis Cordeiro (PSB), atual presidente da Câmara local. O pedido será votado por todos os parlamentares, após a conclusão de um relatório feito por uma Comissão Processante (CP), instituído depois que um eleitor da cidade fez uma série de denúncias contra o político. A sessão está prevista para começar às 17 horas.
Entre os supostos delitos cometidos pelo vereador, relatados pelo denunciante, estão a acumulação de cargos e a contratação de serviços sem licitação, de maneira irregular. Também são citadas a confecção de material impresso ofensivo ao poder público custeado com dinheiro público e a gravação e distribuição de um vídeo. Conforme o homem que fez a denúncia, este último material poderia ter sido feito por funcionários da casa e foi terceirizado.
O advogado de Cordeiro, Pedro Henrique Santos Farah, explica que, para ser cassado, é necessário o voto de dois terços dos vereadores (maioria qualificada). Como são 13 parlamentares em Piraquara, nove precisam ser a favor da cassação. Farah diz que, após a leitura das peças judiciais, cada vereador pode falar por 15 minutos. Depois, a defesa fala por até uma hora, antes de o processo ser votado individualmente e de modo secreto. Após a sessão, um decreto legislativo é publicado com o resultado.
No caso de cassação, Farah antecipa que vai entrar na Justiça contra a decisão. "São acusações absolutamente mentirosas e fantasiosas. [O denunciante] trabalhou na coordenação de comunicação do atual prefeito, posteriormente se desentendeu e foi articulador de várias denúncias contra o prefeito que se resultaram infundadas. Há sérios indícios de que ele representa uma representação que tem interesses escusos ao município."
Vereador nega acusações
O vereador nega todas as acusações. Ele se diz vítima de perseguição política, porque enxugou a máquina da Câmara e outros parlamentares teriam ficado inconformados pela diminuição nos gastos. "Estou sendo cassado politicamente, não pela Justiça. Na realidade, ele [o denunciante] foi pago para fazer isso comigo", acusa Cordeiro.
O presidente da CP, vereador Edson Baianinho (PHS), foi procurado pela reportagem, mas não atendeu às ligações até as 12h55. A reportagem tentou localizar o denunciante, o que não foi possível até o mesmo horário.
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