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Pelas redes sociais, alguns grupos mobilizaram a campanha #9basta | Reprodução do Facebook
Pelas redes sociais, alguns grupos mobilizaram a campanha #9basta| Foto: Reprodução do Facebook

Em primeira votação na tarde desta quarta-feira (22), os vereadores de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, rejeitaram a proposta de redução no número de parlamentares na Câmara Municipal. A emenda de autoria do vereador Pascoal Adura (PMDB) previa que, a partir de 2017, a Casa tivesse 19 vereadores, e não 23. O projeto precisava de 16 votos para ser aprovado, mas recebeu apenas 12. Dez vereadores foram contrários à redução.

Havia outras duas propostas para um corte ainda maior no número de cadeiras na Câmara Municipal. A emenda modificativa do vereador George Luiz de Oliveira (PMN) defendia 15 vagas no Legislativo. E a subemenda modificativa de autoria do vereador Antonio Aguinel (PCdoB) indicava a exclusão de apenas duas vagas, com eleição de 21 vereadores a partir de 2017.

Como votaram os vereadores

Os vereadores que votaram favoráveis à redução foram Adélia Souza (PSD), Allysson Zampieri (PPS), Antonio Aguinel (PCdoB), Antonio Laroca (PDT), Daniel Milla (PSDB), George Luiz de Oliveira (PMN), Pascoal Adura (PMDB), Pietro Arnaud (PTB), Romualdo Camargo (PSDC), Sebastião Mainardes (DEM), Valtão (Pros) e Maurício Silva (PSB).

Votaram pela manutenção das 23 vagas Taíco Nunes (PTN), Amauri Manosso (PT), Delmar Pimentel (PP), Izaias Salustiano (PSDC), Jorge da Farmácia (PDT), Nilsão (PT), Luiz Bertoldo (PRB), Marcio Schirlo (PSB), Professor Careca (SDD) e Rogério Mioduski (PPS).

O vereador Pastor Ezequiel (PRB) não compareceu à sessão.

Até 2011, a Câmara de Ponta Grossa tinha 15 vereadores. Em abril daquele ano, a Casa aprovou aumento para 23 vagas, com apenas quatro votos contrários na segunda discussão. A Emenda Constitucional nº 58, de 2009, permite que cidades com população entre 300 mil e 450 mil habitantes tenham no máximo 23 vereadores. Na estimativa de 2014 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ponta Grossa tem 334.535 mil habitantes.

O vereador Delmar Pimentel (PP), que votou contrário ao projeto de redução, chamou de irresponsável o posicionamento da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg) que divulgou um comunicado favorável à redução a nove cadeiras na Câmara, principalmente para garantir o corte de gastos. “É preciso lutar pela representação da cidade, não contra”, disse o vereador, que foi vaiado pelas pessoas que acompanhavam a sessão. George de Oliveira (PMN), que propôs corte de oito vagas, disse que a Câmara “caiu muito de qualidade” com 23 cadeiras.

O posicionamento da Acipg considerou o levantamento mais recente do Observatório Social dos Campos Gerais. Segundo dados do observatório, no primeiro quadrimestre de 2015 os gastos da Câmara, incluindo salários dos vereadores e gastos de gabinete, foram de R$ 2.449.044. A média de gastos mensais no período totalizou R$ 612.261. A previsão da instituição era que, com 11 vereadores, em quatro anos a Câmara faria uma economia próxima dos R$ 15 milhões.

Pelas redes sociais, alguns grupos mobilizaram a campanha #9basta. Além de defender exclusão de 14 vagas no Legislativo municipal, a campanha queria que os vereadores também reduzissem os salários. Em maio, eles aprovaram reajuste de 8% no próprio salário, que passou de R$ 9.313,64 para R$ 10.063,38.

Aproximadamente 80 pessoas acompanharam a votação desta quarta (22) na Câmara. Para o microempresário Antônio Carlos Hrentchechen Filho, mais vereadores podem garantir mais representatividade. “Já era previsto que não seria alterado [o número de vereadores]. Foi mais para alguém se promover para as próximas eleições do que um projeto sério. O importante não é o número de vereadores e sim a qualidade. Com mais vereadores, existe a possibilidade de mais pessoas participarem, pessoas que não têm tanto acesso à política”, diz.

A estudante de Direito Andreia Marques Ribeiro considerou as propostas de redução “sensacionalistas”. “No fundo, os vereadores não querem diminuir [o número de vagas]. Porque se diminuir, eles mesmos vão ter dificuldade de se eleger. É uma demagogia”.

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