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Polêmico desde o seu lançamento, com o metro quadrado avaliado em R$ 12 mil - um dos mais caros do Brasil -, o setor Noroeste, nova área residencial do Distrito Federal, já causou seu primeiro impacto ambiental.

Uma área de 600 mil metros quadrados foi desmatada esta semana no parque ecológico Burle Marx por ordem da Novacap, companhia de urbanização de Brasília, para a construção das galerias pluviais no novo bairro.

Existe uma estreita ligação entre o Setor Noroeste, o mais lucrativo negócio imobiliário de Brasília, e os escândalos que envolvem a Câmara Legislativa. A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público (MP) já encontraram indícios de que, para aprovar a criação do novo setor habitacional, parlamentares teriam recebido propinas de empreiteiras que atuam no ramo da construção civil.

De acordo com informação de Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do governo e autor das gravações que resultaram no escândalo do "mensalão do DEM", cada deputado da base governista teria recebido R$ 420 mil para votar a favor do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT), que deu outra configuração às áreas rurais e urbanas de Brasília.

A denúncia do desmatamento foi feita na quarta-feira pela organização não-governamental (ONG) Rodas da Paz - um grupo de ciclistas da capital que defende o uso de bicicletas como transporte alternativo - ao Instituto Brasília Ambiental (Ibram) órgão também do governo do Distrito Federal, que fez a fiscalização. A obra foi embargada, a empresa Basevi, contratada por licitação, foi multada em R$ 250 mil e a Novacap denunciada como coautora.

De acordo com fiscais que foram ao local, praticamente toda a área de cerrado nativo que havia no parque foi destruída por tratores. A obra não tinha licença ambiental e foi feita clandestinamente, já que dificilmente obteria o documento.

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