Minissaias, decotes e roupas transparentes estão com seus dias contados na Câmara dos Deputados. Após reclamação de deputadas, o primeiro-secretário da Mesa Diretora, Beto Mansur (PRB-SP), vai apresentar uma proposta para restringir o vestuário feminino. O parlamentar disse que vai se inspirar no “dress code” exigido em repartições do Judiciário e da iniciativa privada para definir as regras de vestimenta do público feminino que circula pelas dependências da Casa.
Mansur explicou que o objetivo da medida será combater os “excessos” e defendeu que se crie uma regra mínima. “A gente vai procurar regular. As deputadas estão reclamando de que há abusos”, contou.
Uma das incomodadas com o estilo das mulheres que transitam pela Casa é a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), que já propôs à Mesa Diretora a exigência de roupas sociais e a proibição do uso de decotes ou saias mais ousadas. “Às vezes você vê excessos, com vestimentas fora do padrão. Temos de ter uma certa liturgia na Casa”, concordou o deputado.
O primeiro-secretário disse que havia um padrão que deixou de ser respeitado nos últimos tempos. Por isso, vai buscar resoluções usadas fora do Parlamento para determinar a regra para roupa feminina na Câmara. Hoje, a Casa não faz exigências para mulheres, mas aos homens impõe a dupla terno e gravata, principalmente no Salão Verde e no plenário.
Por se tratar de um tema polêmico, o deputado fará um estudo e apresentará uma proposta aos membros da Mesa Diretora. “Vamos chegar a um bom termo”, declarou.
Reunião
A Mesa Diretora se reuniu nesta quarta-feira, 2, para discutir por mais de duas horas a redução de horas extras nas sessões noturnas da Câmara. Segundo Mansur, atualmente a Casa gasta em média R$ 1 milhão em horas extras em cada sessão legislativa. “É um volume grande de horas extras”, comentou. A proposta de corte de gastos prevê que só os funcionários efetivamente indispensáveis nas sessões noturnas sejam autorizados a permanecer no trabalho.
O primeiro-secretário anunciou também que foram dados à iniciativa privada mais 30 dias para apresentar propostas para a construção do anexo 5 da Câmara, chamado popularmente de “Parlashopping”. A Casa optou pelo modelo de Parceria Público-Privada (PPP) mas, para tirar o projeto do papel, não descarta utilizar os R$ 391 milhões economizados com a venda da folha de pagamento dos servidores.
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