Brasília (Folhapress) – A Câmara salvou ontem o primeiro mandato de um deputado envolvido no escândalo do mensalão, o do líder do PL na Casa, Sandro Mabel (GO).

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Por 340 votos sim, 108 não, 17 abstenções e 02 nulos, o plenário da Casa aprovou o parecer do Conselho de Ética – feito pelo deputado Benedito de Lira (PP-AL) – que defendia a absolvição de Mabel por falta de provas. Para cassar o mandato de um deputado, são necessários pelo menos 257 votos – mas apenas 108 votaram pela perda do mandato.

Logo após o anúncio do resultado, o líder do PL disse: "É o fim de um pesadelo. Quando a gente tem a verdade ao nosso lado, tudo caminha bem". Ele afirmou ainda que pode se candidatar ao governo de Goiás.

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A absolvição de Mabel há muito já era esperada pelo plenário. Seu caso era visto como "especial": contra ele não há documentos provando a retirada de dinheiro do valerioduto para financiar campanhas com caixa 2.

Havia duas acusações: uma feita por Roberto Jefferson (PTB- RJ), de que Mabel integrava o esquema de compra de deputados. A evidência disso teria sido o crescimento expressivo do PL sob sua liderança, que chegou a ter 53 deputados, tendo eleito apenas 26. Depois da eclosão do escândalo, a bancada desceu para 39 parlamentares. A outra acusação era específica: a de que ele teria tentado comprar o passe da tucana Raquel Texeira (GO) para seu partido, oferecendo a ela R$ 1 milhão em "luvas" e R$ 30 mil mensais.

O argumento de falta de provas é o mesmo usado sem sucesso pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT-SP), que já está mencionando o caso do deputado goiano como precedente.

As CPIs dos Correios e do Mensalão apontaram em relatório preliminar o envolvimento de 19 deputados com o susposto esquema. Antes da absolvição de Mabel, quatro deputados já haviam renunciado – Valdemar Costa Neto (PL-SP), Carlos Rodrigues (PL-RJ), José Borba (PMDB- PR) e Paulo Rocha (PT-PA) – e um foi cassado, Jefferson, o autor da denúncia de mensalão. Restam agora 13 casos de parlamentares ligados ao mensalão para serem decididos pela Câmara. O próximo a ir a voto em plenário deve ser Dirceu, no dia 23 de novembro.