O Palácio Pedro Ernesto, na Cinelândia, sede do Legislativo Municipal, foi invadido na noite desta quarta-feira (31) por um grupo de 50 manifestantes. Eles entraram por um portão lateral que estava aberto. Barulho de vidros sendo quebrados era ouvido do lado de fora do prédio, onde ficou a maior parte dos manifestantes.
Os policiais militares que observavam o protesto decidiram agir assim que o local foi invadido. Eles se posicionaram nas entradas do Palácio Pedro Ernesto e bloquearam o grupo que entrou na Câmara Municipal.
Cerca de 2.000 manifestantes se reuniram na tarde desta quarta-feira (31) na Cinelândia, na região central do Rio, seguiram em passeata até o Ministério Público Estadual, depois até a Assembleia Legislativa e finalmente à Câmara Municipal, também no Centro. Alguns manifestantes tentaram invadir a Casa, mas foram impedidos pelos policiais militares, que formaram um cordão de isolamento e, até as 21h30, não haviam recorrido a bombas nem balas de borracha.
Cerca de 50 ativistas conseguiram furar o bloqueio e entrar na Câmara, onde pretendem acampar. A maioria dos ativistas permanecia ao redor da Câmara. O grupo que está no interior da Casa exige a presença de advogados e de integrantes do grupo Mídia Ninja, que transmite as manifestações ao vivo pela internet.
O grupo protestava contra o Decreto Estadual 44.305/2013, que criou a Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo em Manifestações Públicas (CEIV). Trezentos policiais de três batalhões acompanharam o ato, e ruas da região foram interditadas. Um grupo de 40 pessoas mascaradas, integrantes do grupo Black Blocs, que defende a prática de atos de depredação, participava do ato.
O estudante Tiago Barreto, de 18 anos, foi detido pela PM quando segurava uma pedra. Segundo a polícia, ele fez menção de jogar a pedra contra os policiais. Tiago disse, por sua vez, que havia sido atingido pela pedra e por isso a pegou.
O decreto do governador Sérgio Cabral (PMDB) foi criticado por juristas porque atribuiria à comissão o poder de quebrar o sigilo de pessoas investigadas por suspeita de envolvimento em atos de vandalismo. Só a Justiça pode autorizar essa quebra de sigilo, defendem os críticos.
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