O pedido da bancada do PT que solicitava informações sobre os ocupantes de cargos em comissão no gabinete do prefeito de Curitiba e na Secretaria de Governo foi derrubado ontem na sessão da Câmara Municipal. Os governistas consideraram a proposta demagógica.

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O requerimento pedia que a Câmara encaminhasse o pedido de informações à prefeitura solicitando nome dos funcionários, cargo que ocupam, data de nomeação e exoneração, atividades exercidas e local e horário de trabalho. O pedido foi feito depois de denúncia de um ex-funcionário da prefeitura de que vários comissionado indicados por vereadores não cumprem expediente. Foi o primeiro pedido de informações derrubado neste ano.

Depois de desaprovar o pedido dos petistas, vários vereadores da base de apoio insinuaram que parentes do vereador André Passos (PT) teriam altos salários em cargos de comissão no governo federal e estadual. "Ninguém veio à tribuna indagar sobre petistas que ao perderem a eleição foram contratados pela Itaipu", disse o vereador Jair Cézar (PTB). Os vereadores não citaram nomes. Mas nos bastidores da Casa falavam das funções de Edésio Passos, pai de André, e o sogro dele, Nelton Friedrich, que ocupam cargos de direção na Itaipu Binacional. Os dois foram deputados federais antes de Passos ser vereador e, nas eleições de 2000, foram candidatos (Edésio ao Senado e Friedrich a deputado federal), mas não se elegeram.

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Parentes

A reportagem publicada na edição de segunda-feira na Gazeta do Povo apresentou a denúncia e ainda citou que ao menos seis vereadores têm parentes nomeados pela prefeitura municipal. Julieta Reis (PSB), José Roberto Sandoval (PSC), Paulo Frote (PSDB), Jair Cézar (PTB), Custódio da Silva (PAN) e Mário Celso Cunha (PSDB) admitiram ter familiares com cargo comissionado no Poder Executivo do município, mas negam que a prática seja uma troca de favores entre os dois poderes.

Ontem a reportagem teve acesso a mais uma nomeação de parentes: Micheline Manfron, filha do vereador Aldemir Manfron (PP), foi nomeada em 17 de janeiro de 2005 para exercer o cargo de gestor público municipal na Secretaria Municipal de Governo. O vereador confirmou que a filha trabalha na Secretaria da Administração, mas não sabia dizer desde quando. "Ela procurou o espaço dela na profissão", disse o vereador. Segundo ele, Micheline é formada em Administração de Empresas e ainda fez faculdade de Geografia e História.