A Câmara dos Deputados prepara para a semana que vem um "pacotão de Natal" com reajuste dos salários de seus funcionários e a criação de mais cargos. O presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), brincou ao falar do "pacote de final de ano": "É Natal!", disse. E depois completou aos jornalistas: "Não vão colocar isso, hein?"
As mudanças serão feitas por meio de três projetos que devem ser colocados em votação na próxima semana com aprovação quase certa. Eles custarão em torno de R$ 386 milhões por ano. Maia alega que o aumento de salários é necessário pois a legislação vincula os reajustes dos salários dos servidores ao dos deputados.
No final de 2010, os parlamentares concederam a si mesmos 61,8% de aumento (de R$ 16,5 mil para R$ 26,7 mil), mas não mudaram os salários dos funcionários.
O reajuste a ser aprovado na semana que vem não deve chegar a esse porcentual. E deve acabar com a vinculação obrigatória, disse Maia. "Isso já devia ter sido feito faz tempo, mas não foi. Esse projeto que queremos votar resolve o problema, além de querermos acabar também com a vinculação", disse.
A Câmara conta hoje com 1.291 cargos de natureza especial e 3.550 servidores efetivos. Para eles, o projeto prevê gastos de R$ 320 milhões. Há o impacto também de outros R$ 200 milhões com o passivo do reajuste que desde o ano passado não é pago.
Um dos projetos prevê um reforço orçamentário na ordem de R$ 56 milhões que deve ser usado nos gabinetes dos 513 deputados. A verba para eles pode aumentar de R$ 60 mil para R$ 80 mil.
Esse dinheiro servirá para bancar o reajuste de servidores dos deputados.
Relator da proposta, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, argumenta que a votação é necessária para tentar equiparar os vencimentos dos funcionários do Senado e da Câmara. "Não é admissível que as duas Casas do Congresso Nacional pratiquem políticas remuneratórias díspares, para atividades em tudo semelhantes e muitas vezes complementares", disse ele.
Outro projeto que deve ser votado na semana que vem é o que cria entre 60 e 70 cargos temporários para o PSD criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. A criação desses cargos deve custar R$ 10 milhões.
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