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Brasília (Folhapress) – A entrevista do empresário Sebastião Augusto Buani tornou praticamente insustentável a permanência de Severino Cavalcanti (PP-PE) na presidência da Câmara, o que já desencadeou uma intensa articulação sobre quem ocupará seu lugar.

A oposição, que vinha pedindo sua saída, subiu o tom dizendo que ele deve perder inclusive o mandato. Aliado a isso, governistas pela primeira vez abandonaram as declarações brandas sobre a situação do presidente da Câmara.

"Mudou consideravelmente o quadro. Em nenhum momento isso deve ser tratado como questão de governo. É óbvio que piorou muito a situação de Severino. É oportuno que ele retorne imediatamente ao país para dar explicações à Câmara e à sociedade", afirmou o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

O líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), disse que situação de Severino "é dificílima" e reivindicou a presidência da Câmara devido ao fato de o partido ter a maior bancada na Casa – 90 deputados.

"Precisamos passar por um rápido, mas profundo processo de diálogo com todos os partidos da Casa. Agora, como maior bancada, o PT vai recolocar o debate daquilo que constitucionalmente é o previsto, ou seja, que a maior bancada indique um presidente para a Casa", disse o deputado.

Durante o dia ele havia sido bem mais cauteloso, chegando inclusive a dizer que não se deveria passar "a carreta na frente dos bois". O deputado, porém, ressalvou que não exclui a possibilidade de o PT aceitar um nome de outro partido, já que busca-se um candidato de consenso.

A tradição, e não a Constituição, reza que a maior bancada comande a Câmara. Tanto é que Severino, em eleição inédita, derrotou em fevereiro o candidato do partido e do governo para a presidência da Câmara, Luiz Eduardo Greenghalgh (PT-SP). Caso Severino deixe definitivamente o posto, serão realizadas novas eleições em um prazo de até cinco sessões.

Na oposição, os discursos foram bem mais duros e a avaliação principalmente entre tucanos e pefelistas é que Severino vai renunciar à presidência da Casa e ao mandato como forma de escapar da inelegibilidade até 2015 que uma possível cassação resultaria.

Os cinco partidos de oposição reafirmaram a intenção de pedir a cassação do pepista caso ele não renuncie.

"A entrevista (de Buani) é convincente, é decisiva, definidora. Não há mais dúvida. Agora temos convicção de que ele praticou atos de improbidade e mentiu. É hora de começar a discutir o seu sucessor", afirmou Alberto Goldman (SP), líder da bancada do PSDB.

"O melhor caminho seria ele renunciar ao mandato. Caso ele se recuse, espero que os outros partidos, principalmente o PT e o PMDB, apóiem a ação da oposição", disse José Carlos Aleluia (PFL-BA), líder do bloco de oposição.

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