O vereador Professor Galdino, expulso do Partido Verde no início da semana, não será afastado imediatamente do cargo na Câmara de Vereadores de Curitiba. O presidente da Casa, João Claudio Derosso (PSDB), disse, nesta sexta-feira (20), que vai esperar a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sobre o caso. O PV quer a nomeação do suplente do partido, o ex-vereador Paulo Salamuni.

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O advogado do PV, Gaius Alider, protocolou o documento que pede o afastamento de Galdino na Câmara. Alider sustenta que, de acordo com a resolução 22.526 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a fidelidade partidária, a vaga na Câmara pertence ao PV e não ao parlamentar. "O Professor Galdino só foi eleito graças aos votos recebidos pela legenda, por isso a vaga é do partido", disse.

Derosso, porém, já adiantou que a Câmara não acatará o pedido do partido até que o caso seja julgado pelo TRE. "Se a Justiça Eleitoral decidir pela cassação do mandato do vereador vamos cumprir a decisão. Até lá não tomaremos nenhuma medida", afirmou. O presidente da Câmara lembrou que agiu da mesma forma no caso do vereador Tico Kuzma. Em 2007, o parlamentar trocou o PPS, partido pelo qual foi eleito, pelo PSB. O parlamentar só deixou a Câmara em julho de 2008 quando o TRE cassou seu mandato. O vereador foi reeleito em outubro.

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O advogado do PV disse que o partido vai esperar até a próxima sexta-feira (27) pelo pronunciamento oficial do presidente da Câmara sobre o caso. Depois desta data vai recorrer ao TRE.

Expulsão de Galdino

O Partido Verde protocolou, na tarde desta quinta-feira (19), o comunicado de desfiliação do professor Galdino do partido na 178ª zona eleitoral de Curitiba. A expulsão do parlamentar foi aprovada pela Executiva Estadual do PV no fim da noite de terça-feira (17) por 15 votos a três.

O processo para expulsão começou quando o vereador exonerou dois funcionários indicados pelo PV para seu gabinete. Segundo Galdino, o líder do PV Jovem Raphael Rolim e a telefonista Rosana Souza ao invés de trabalhar para Câmara, prestavam serviços ao partido.

A informação foi confirmada pelo presidente estadual do PV, Mello Viana. Como a decisão do vereador teria contrariado o estatuto do PV, que determina que um quinto das vagas de um gabinete do político do partido deva ser para indicações da legenda.

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Assédio

O PV afirma que o motivo da expulsão de Galdino é uma denúncia de assédio sexual. A ex-funcionária da Câmara Kátia Rosana Curtis de Mello acusou o vereador de pedir que ela fizesse sexo oral nele. Kátia contou, em entrevista coletiva na quinta-feira, que foi assediada por Galdino em dezembro.

Ela, porém, só registrou o boletim de ocorrência contra o vereador poucas horas antes da entrevista. A ex-funcionária disse que resolveu fazer a denúncia agora por ter ficado sabendo sobre de outros casos de assédio que envolveriam o parlamentar. Segundo a ex-funcionária, o vereador fazia brincadeiras e gestos com conotações sexuais para ela. Kátia então teria pedido para sair do emprego, mas ele não teria aceitado o afastamento. "Ele me ofereceu um salário de R$ 5 mil para ficar, mas eu não quis", afirmou.

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