| Foto: UESLEI MARCELINO/REUTERS

Em meio a uma disputa acirrada entre os deputados pela indicação de seus líderes, a Câmara dos Deputados votará nesta segunda-feira (7) a criação da comissão especial que vai analisar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Devido à grande demanda de parlamentares e aos cálculos que as bancadas ainda fazem para compor os 65 titulares da comissão, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu prorrogar o prazo final para a apresentação dos nomes de 14h para até as 18h.

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Pelo critério da proporcionalidade, PT e PMDB terão o maior número de representantes: oito cada. Aliado do Palácio do Planalto, o líder do PMDB Leonardo Picciani (RJ) deve indicar deputados com perfis “moderados” e contra o afastamento da presidente. Parlamentares próximos de Cunha não devem ter espaço na lista de indicados de Picciani, que deve ser um dos oito membros da comissão.

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“A chave de toda a coisa é o PMDB. É o PMDB que terá peso na evolução do processo do impeachment”, comentou o líder do DEM, Mendonça Filho (PE). A sigla, que tem duas vagas (mais duas suplências), deve indicar o deputado Rodrigo Maia (RJ) e ainda discute o segundo nome. Mendonça disse que não vai se auto indicar. “É muita demanda. No meio de uma disputa dessa, líder tem de ser generoso”, alegou.

Líder do PSD e com quatro vagas titulares a serem preenchidas, Rogério Rosso (DF) deve seguir a tendência dos partidos e também integrar a comissão. Rosso disse que vai escolher nomes “independentes”, “técnicos” e com experiência de Congresso. Ele deve indicar os deputados Paulo Magalhães (BA) - homem próximo do governador baiano Rui Costa (PT) - e Júlio Cesar (PI), mas deixará para decidir sobre a última vaga nesta segunda-feira.

Após a indicação de todos os titulares e suplentes, Cunha abrirá sessão plenária amanhã para votar a criação da comissão. A sessão de instalação do colegiado será no dia seguinte, com a eleição do relator e do presidente da comissão. Qualquer titular da comissão poderá se candidatar para os cargos em disputa.

O líder do governo, José Guimarães (CE), disse que só após as indicações vão discutir os nomes que disputarão a presidência e a relatoria da comissão. Guimarães contou que vem mantendo conversas com Picciani desde a última quinta-feira e se mostrou confiante. “As coisas estão indo bem”, resumiu.