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A chegada de Gleisi Hoffmann à Casa Civil pode influenciar decisivamente as eleições municipais do ano que vem em Curitiba, até mesmo como parte do caminho que o PT pretende pavimentar em relação ao seu projeto para 2014 no estado. Por um lado, segundo o presidente do PT paranaense, deputado Ênio Verri, a maior força dos petistas atrairá mais atenção. "Imagino que muita gente vá querer entrar no partido agora. Teremos que ter critérios na seleção destes quadros", disse. Por outro, o momento pode facilitar composições importantes para o partido.

Comenta-se, nos bastidores, que Gleisi e principalmente Paulo Bernardo poderiam estar tentando uma aproximação com o ex-deputado federal Gustavo Fruet (PSDB), que pode anunciar nesta semana sua saída do PSDB. Fruet seria convidado a migrar para um dos partidos que compõem a atual base aliada do governo Dilma. De acordo com a legislação eleitoral, o ex-deputado, ainda tucano, tem até o final de setembro para se filiar a uma nova legenda, se quiser candidatar-se às eleições do ano que vem.

Alguns líderes petistas também não escondem que já vislumbram Gleisi como candidata ao governo do estado em 2014 e que, para tanto, consideram fundamental um acordo com Fruet."Não podemos começar a pensar em ganhar em 2014 sem antes disputar 2012 e ganhar em algumas das principais cidades", afirma o deputado federal Dr. Rosinha (PT). Rosinha e o deputado estadual Tadeu Veneri pretendem ser candidatos a prefeito de Curitiba pelo PT. Mas, para isso, primeiro precisam convencer o partido a lançar um nome próprio. "Com três ministros, o partido tem uma força política importante. Não podemos errar no planejamento" disse.

Situação complexa

Rosinha defende a candidatura própria do partido, porém admite que a situação em Curitiba é complexa. "Não há uma grande liderança entre os partidos da base aliada na capital. Temos de escolher um caminho: ou uma única candidatura ou cada partido da base lançando um nome. O momento é oportuno para este debate", disse, sem mencionar a hipótese da atração de Fruet.

Já para o líder do governo estadual na Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), é prematura qualquer de análise de ordem política sobre a indicação de Gleisi como candidata nas eleições de 2012 e 2014. "A dinâmica da política implica altos e baixos. O que está muito bem hoje pode não estar amanhã", disse.

Para o cientista político Ricardo Oliveira, da Universi­dade Federal do Paraná, com a eleição de Curitiba polarizada entre duas pré-candidaturas – de um lado o atual prefeito Luciano Ducci (PSB), do outro, Gustavo Fruet –, a tendência do PT em Curitiba será apoiar uma eventual candidatura do ex-deputado, cuja votação para o Senado em Curitiba superou os números de Gleisi Hoffmann. "Para poder disputar uma eleição, Fruet vai precisar sair do PSDB e ter o apoio dos partidos da situação, com recursos e tempo de tevê. A tendência nacional é o bipartidarismo. As outras são candidaturas coadjuvantes, já que os nomes apresentados não têm densidade eleitoral para empolgar o eleitor", afirmou.

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