Réu em cinco ações penais e respondendo a pelo menos dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o foco de uma campanha de arrecadação de recursos através do Catarse.
O Comitê em Defesa da Democracia e do Lula lançou no início de dezembro a campanha Um Brasil Justo, pra Todos e pra Lula, com a meta de arrecadar R$ 500 mil para mobilizações a favor do ex-presidente.
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Até a publicação desta matéria, a campanha já arrecadou R$ 180,8 mil através da doação de 1,6 mil pessoas físicas, segundo as informações na página do Catarse.
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Leia a matéria completaAs doações podem ser feitas até o dia 24 de dezembro e há contrapartidas aos doadores que vão desde a simples citação dos nomes no site e redes sociais da campanha, distribuição de livros, pôsteres e fotos.
A campanha busca a arrecadação dos valores apelando para o argumento de que o ex-presidente Lula é “perseguido” por seus feitos enquanto presidente da República. Vários programas sociais são citados por atores que abraçaram a campanha, que afirmam não haver provas de que Lula tenha cometido atos de corrupção.
No vídeo de apresentação, o ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência Gilberto Carvalho diz que o objetivo da campanha é “levar a interpretação correta do que está acontecendo nesse Brasil do pós-golpe”.
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Leia a matéria completaO ex-ministro sugere que Lula é perseguido pela Justiça por causa de seu projeto de governo. “É uma perseguição aos pobres, é uma perseguição aos direitos sociais que eles querem tirar”, diz Carvalho.
No mesmo vídeo, diversos artistas reconhecidos nacionalmente pedem um Brasil mais justo para todos os brasileiros, e para Lula – mote da campanha.
Em outro vídeo, o ator Sergio Mamberti diz que “querem destruir aquele que foi o melhor presidente do Brasil”. O ator sugere que as investigações contra o ex-presidente são uma perseguição e uma forma de retaliar Lula porque ele “tirou milhões de brasileiros da fome e da miséria”.
“[Lula] garantiu ao povo três refeições por dia, poder para comprar o carro e a casa própria, ter acesso para poder comprar um computador e ao celular e ainda viajar de avião”, diz o ator no vídeo.
O ator também afirma que a corrupção nunca foi tão punida no país quanto nos governos Lula e Dilma e critica o juiz federal Sergio Moro, que conduz as investigações da Lava Jato em primeira instância. Segundo Mamberti, o juiz aceita delações apenas de quem denuncia o ex-presidente, “mesmo que seja sem provas”.
O dinheiro arrecadado será utilizado para mobilização e eventos, ações de comunicação, confecção de artes de divulgação e ações internacionais da campanha ao longo do primeiro semestre de 2017.
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Lula é réu em cinco processos até agora – três em Brasília e dois em Curitiba, sob os cuidados de Moro. A última denúncia aceita contra o ex-presidente é referente a contratos firmados entre a Odebrecht e a Petrobras.
Segundo a denúncia, o dinheiro de propina foi lavado através da compra de um terreno que seria utilizado para a construção da sede do Instituto Lula e o aluguel do apartamento vizinho ao que o ex-presidente mora, em São Bernardo Campo.
O valor total de vantagens ilícitas usadas na compra e manutenção do terreno até 2012 chegou a R$ 12,4 milhões. Já outros R$ 504 mil, segundo o MPF, foram usados para comprar o apartamento vizinho à cobertura do ex-presidente.
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Leia a matéria completaTambém em Curitiba, Lula responde a uma denúncia referente a posse de um tríplex no Guarujá, litoral norte de São Paulo. O imóvel recebeu obras avaliadas em R$ 777 mil, móveis no total de R$ 320 mil e eletrodomésticos no valor de R$ 19 mil - totalizando R$ 1,1 milhão.
Já em Brasília, são três processos contra Lula. O primeiro processo na capital federal acusa o ex-presidente de obstrução de Justiça. Segundo a denúncia, Lula teria participado da trama para tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró por R$ 250 mil.
Em outra denúncia, Lula virou réu acusado de atuar para liberar verba do BNDES em obra da Odebrecht em Angola. Além de Lula, seu sobrinho Taiguara Rodrigues, o empreiteiro Marcelo Odebrecht, e mais oito investigados também são acusados. A acusação é de que a empreiteira pagou a todos os envolvidos mais de R$ 30 milhões - em valores atualizados - entre 2008 e 2015.
Já a última denúncia aceira em Brasília acusa Lula, seu filho, Luiz Cláudio Lula da Silva e mais duas pessoas de terem atuado de forma criminosa nas negociações que levaram a compra, pelo governo brasileiro, de caças Gripen da sueca Saab, além de atuar na renovação de uma Medida Provisória que levou a prorrogação de benefícios fiscais concedidos a montadoras de automóveis.O valor da corrupção, segundo o MPF, seria de R$ 2,5 milhões.
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