A campanha de 2014 do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, recebeu doação de R$ 500 mil do banco de André Esteves, que foi preso na última fase da Operação Lava Jato .
O banco BTG Pactual aparece como doador originário de verba repassada em agosto do ano passado pelo diretório estadual do PMDB do Rio. O partido de Cunha foi o que mais se beneficiou de valores vindos das empresas do banco de investimentos, que é um dos principais doadores eleitorais no país. Nas eleições de 2014, foram quase R$ 50 milhões.
Além do repasse oficial à campanha de 2014, a Procuradoria-Geral da República (PGR) suspeita que o BTG pagou R$ 45 milhões a Cunha para ver interesse atendido em uma emenda provisória.
A transação foi citada em nota encontrada por policiais federais durante ação da Lava Jato: “Em troca de uma emenda à medida provisória nº 608, o BTG Pactual, proprietário da massa falida do banco Bamerindus, o qual estava interessado em utilizar os créditos fiscais de tal massa, pagou ao deputado federal Eduardo Cunha a quantia de 45 milhões de reais”.
O texto foi encontrado por policiais federais na casa de Diogo Ferreira, chefe de gabinete do senador Delcídio Amaral (PT-MS). Ferreira, Delcídio e Esteves foram presos na quarta-feira passada (25). O banqueiro teve a sua prisão mantida neste domingo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki.
Já Cunha é alvo de denúncia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela Procuradoria e é investigado por evasão de divisas. Também em 2014, o BTG doou R$ 600 mil à campanha de Delcídio Amaral.