O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta segunda-feira que a campanha da presidente Dilma Rousseff foi colocada no centro das investigações da Operação Lava-Jato após a abertura de inquéritos contra os ministros petistas Edinho Silva, da Comunicação Social, e Aloizio Mercadante, da Casa Civil. Já a investigação contra o senador tucano Aloysio Nunes “não tem nenhum sentido”, segundo Alckmin.
Supremo investigará ministros de Dilma e senador tucano na Lava Jato
Eles foram apontados na delação premiada do dono da UTC, Ricardo Pessoa, como beneficiários de recursos do esquema de corrupção da Petrobras.
Leia a matéria completaEdinho, Mercadante e Aloysio foram citados pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa, como destinatários de doações não-declaradas. Neste fim de semana o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki autorizou a abertura de inquéritos para investigá-los. Ao ser perguntado se a abertura das investigações contra os dois ministros leva a campanha da presidente Dilma para centro das investigações da Lava-Jato, Alckmin respondeu que sim:
— Entendo que sim. Agora, o que tenho defendido? É investigar de maneira profunda, seriamente, rapidamente e, depois, cumprir a constituição.
Com relação a Aloysio, o governador paulista afirmou que não tem como alguém da oposição ter influência sobre a Petrobras:
— Investigação é para todos, todos são iguais perante a lei. Agora, ele já se defendeu e não tem nenhum sentido um dos principais líderes da oposição ter qualquer ascendência sobre Petrobras ou sobre o governo.
As declarações de Alckmin foram dadas após o desfile de 7 de setembro na capital paulista. O governador subiu o tom das críticas ao governo em relação ao que havia adotado nos últimos meses. Alckmin disse ainda que a República “não aceita a rapinagem, não aceita a mentira, não aceita que a desigualdade aumente, quando aumenta o desemprego”. Segundo o tucano, a crise econômica é culpa do governo.
— Há uma enorme de uma insatisfação, uma crise gravíssima porque é uma ‘policrise‘: você tem uma crise ética, uma crise econômica, uma crise política — disse Alckmin. — (Temos) Uma grande crise econômica, ocasionada pelo governo, onde o governo não é a solução. Ele é o início da crise. Não tem sistema de política monetária, política cambial que funcione com uma política fiscal errada. Então é também momento de grandes reformas.
Alckmin declarou ainda que a crise mostra a “falência da política” e defendeu reformas no sistema político brasileiro, que, em sua opinião “está totalmente esgotado”. Por outro lado, disse que está animado que o país esteja passando a limpo o que ele classificou como “uma de suas piores coisas”: o crime de colarinho branco.
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