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São Paulo (AE) – Os US$ 161 milhões da conta Chanani "viraram santinho, foram gastos na eleição de 1998". A revelação é do doleiro Vivaldo Alves, o Birigüi, maior acusador de Paulo Maluf, recolhido à prisão federal em São Paulo há 24 dias sob acusação de crime contra o sistema financeiro (evasão fiscal), lavagem de dinheiro, corrupção passiva e formação de quadrilha.

Em 1998, menos de dois anos depois de concluir sua gestão na Prefeitura de São Paulo, Maluf foi candidato ao governo do Estado de São Paulo e perdeu para Mário Covas (PSDB). A afirmação sobre o dinheiro que teria financiado a campanha de Maluf foi feita por Birigüi à Justiça Federal, que o interrogou no último dia 22. O juiz Paulo Alberto Sarno quis saber o destino do dinheiro da Chanani, conta no Safra National Bank de Nova York que ele, Birigüi, abriu em 1997.

O doleiro é réu no processo que levou o ex-prefeito para a Custódia da Polícia Federal. A Procuradoria da República o acusa por lavagem e formação de quadrilha, mas ao mesmo tempo pediu à Justiça que lhe conceda o benefício da delação premiada - ele está colaborando com as investigações porque afirmou que o dinheiro da Chanani é de Maluf e do filho mais velho dele, Flávio que, segundo o doleiro, era o operador das quantias no exterior depositadas na Chanani.

Movimentação

Destacou que, em 1998, fez 7 pagamentos – US$ 840 mil cada parcela – para a conta ‘eleven’ no Citibank de Nova York . "Esses pagamentos eram para o Duda Mendonça (marqueteiro de campanha de Maluf)", disse. "A conta foi aberta em outubro de 1997, os recursos começaram a entrar em novembro", depôs o doleiro. "Até dezembro de 1997, a Chanani não recebeu volumosos recursos, mas a partir de janeiro de 1998, até novembro, o tempo da campanha, os recursos aumentaram muito."

Birigüi admitiu que recebeu 0,2% (cerca de US$ 400 mil) a título de comissão pela operação da Chanani. "A conta era minha." Diante do procurador da República Rodrigo de Grandis, o juiz Alberto Sarno perguntou ao doleiro quem seriam os beneficiários da Chanani, em caso de sua morte. "Os principais beneficiários eram minhas filhas", confessou o depoente.

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